Gripe com tendência decrescente

Procura pelos serviços de urgência estabilizou. Nas últimas cinco semanas registaram 1300 mortes acima do esperado para época.

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Marco Duarte

A actividade gripal “mantém-se em níveis epidémicos, com baixa intensidade e tendência decrescente” refere o relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicado esta quinta-feira. Nas últimas cinco semanas registaram-se 1300 mortes acima do esperado para época.

O boletim do Instituto Nacional Ricardo Jorge adianta que a “taxa de incidência de síndrome gripal de 22 a 28 de Janeiro foi de 48,7/100.000 habitantes”. Na quarta semana de Janeiro o vírus gripal do tipo B manteve-se predominante, embora estejam também em circulação vírus do tipo A (subtipos AH3 e AH1).

No período em análise foram internados 14 doentes nas unidades de cuidados intensivos, proporção semelhante à das duas semanas anteriores. Desde o início da época gripal foram notificados 81 casos de gripe que foram assistidos em unidades de cuidados intensivos. Em relação aos 72 doentes sobre os quais foi possível obter informação adicional, verificou-se que 38 eram mulheres, 45 tinham 65 ou mais anos e 58 (81%) tinham doença crónica subjacente. Já dos 40 casos em que o estado vacinal é conhecido, apenas seis pessoas estavam vacinados contra a gripe.

Quanto à mortalidade, o comunicado da DGS refere que nas últimas duas semanas verificou-se uma tendência decrescente no excesso de mortalidade. Assim, entre a última semana de Dezembro de 2017 e a quarta semana de 2018 a DGS estima “uma sobremortalidade por todas as causas, em relação à linha de base [que resulta de uma média dos últimos anos e que serve de referência ao esperado para esta época do ano], de cerca de 1600 óbitos”.

Menos diagnósticos de gripe

Nos hospitais “verificou-se uma estabilidade na procura dos serviços de urgência nesta semana. A proporção de casos com diagnóstico de síndrome gripal mantém-se inferior a 3%. Ao longo das três últimas semanas, a proporção de doentes com necessidade de internamento (por todas as causas) diminuiu para 7,3% dos episódios de urgência verificados nesta semana”, diz o comunicado da DGS, assinado pela directora-geral da Saúde Graça Freitas.

Já nos centros de saúde, o número e a proporção de consultas por gripe “mostram uma tendência decrescente em todo o país”. Também desceram as chamadas para o centro de contacto SNS 24 (antiga Linha Saúde 24) relacionadas com gripe e o número de accionamentos registados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

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