Revista Contemporânea vai passar a sair em papel

Publicação sobre a vida cultural e artística da cidade do Porto chega às bancas a 15 de Fevereiro.

Antónia Gaeta na montagem da exposicao de arte bruta <i>As leis do numero de ouro</i>, na Oliva Creative Factory, São João da Madeira, em 2017
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Antonia Gaeta na montagem da exposicao de arte bruta As leis do numero de ouro, na Oliva Creative Factory, São João da Madeira, em 2017 Paulo Pimenta
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Capa da revista DR

A revista Contemporânea vai estrear-se em papel e chega às bancas em versão bilingue a partir de 15 de Fevereiro com uma entrevista ao novo director de Serralves, João Ribas, e vários ensaios visuais, anunciou a editora.

Em entrevista telefónica à Lusa, a curadora da revista, Antonia Gaeta, conta que o primeiro número vai custar 10 euros, terá 80 páginas, com 1.500 exemplares e vai conter a informação em português e inglês, sendo distribuída pela Bluebook para estar disponível ao público nas diversas bancas do país, livrarias e museus no dia 15 de Fevereiro.

Questionada sobre o porquê de apostar na edição em papel, Antonia Gaeta lembra o provérbio em latim segundo o qual "palavras faladas voam para longe, palavras escritas permanecem". "Em Portugal não existe uma revista sobre arte em papel, porque foram fechando por falta de apoio e de verbas e pensamos ser uma máxima latina que o que fica escrito é o que permanece. Achávamos que faz falta uma publicação sobre arte contemporânea", acrescentou a editora convidada para este primeiro número da revista.

Na entrevista à Contemporânea, João Ribas vai abordar o seu percurso enquanto curador, assim como a sua história profissional que o levou até aos EUA, e ainda o seu entendimento da curadoria.

O também curador Ricardo Nicolau, da equipa do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, aborda a temática das mudanças artísticas e dos espaços alternativos que o Porto tem, designadamente o Salão Olímpico, centro de um projecto alternativo dedicado às artes plásticas, que funcionou ao longo de dois anos, de 2003 a 2005.

O primeiro número da Contemporânea em papel vai ter uma capa com relevo de um desenho abstracto da artista plástica Isabel Carvalho, natural do Porto, e um encarte dentro da própria revista da autoria da artista plástica Carla Filipe, também portuense.

A revista vai também haver espaço para vários "ensaios visuais" com, por exemplo, desenhos, imagens retiradas da noite do Porto, desenhos abstractos juntamente com poesia e materiais tipográficos, enumera Antonia Gaeta.

A revista "aborda uma cidade,  o Porto, a sua complexidade cultural e riqueza visual, na relação entre arte, tempo e cidade, produção e inscrição de discursos artísticos, morfologia urbana, hipóteses e verificações sucessivas", e conta com os contributos de Ana Fernandes, Carla Filipe, Daniel Martins, Gabriela Vaz Pinheiro, Guilherme Blanc, Isabel Carvalho, Joana Patrão, João Ribas, Miguel von Hafe Pérez, Nuno Maio, Paulo Mendes, Pedro Huet, Ramiro Guerreiro, Ricardo Nicolau, Sofia Ponte, Susana Lourenço Marques, Teresa Chow, Tiago Madaleno e Von Calhau.

O lançamento da revista especializada em arte contemporânea está agendado para o dia 15 de Fevereiro, pelas 18h30, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

A Contemporânea, que é editada desde 2015 com periodicidade mensal em formato digital, tem-se dedicado à "reflexão crítica sobre a actividade artística em Portugal, situação que se agravou, sobretudo, a partir de 2011, com o desaparecimento das bancas das revistas L+Arte e Artes&Leilões", nota Celina Brás, fundadora e directora da revista. 

Com o mesmo título Contemporânea, foi publicada em Lisboa, entre 1922 e 1926, sob direcção de José Pacheco, uma revista literária que contou com colaborações, entre outros, de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, António Ferro e Aquilino Ribeiro.

Notícia corrigida: Antonia Gaeta é a editora convidada da revista, e não directora, esta sendo Celina Brás, desde a sua fundação.

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