Câmara quer completar anel rodoviário em torno da cidade

Mais de 20 anos depois de ter aberto ao trânsito, a circular urbana pode vir a cercar a cidade por todos os lados, com a construção do troço entre Urgezes, a sul, e a Costa, a sudeste da cidade, desejo avançado pelo presidente da Câmara, Domingos Bragança. O autarca quer a obra concluída até 2021, fim do presente mandato.

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Com um centro histórico rodeado de granito nos seus primeiros séculos de vida, Guimarães pode ver-se, ainda no presente mandato de Domingos Bragança, cercada de todos os lados por uma muralha sobre a qual circulam não pessoas, mas veículos motorizados. O presidente da Câmara anunciou a vontade de completar a circular urbana, aberta ao trânsito em 1994, com a ligação entre Urgezes, freguesia a sul da cidade, onde começa a rodovia de Covas, que depois se une ao traçado actual da circular urbana, e a freguesia da Costa, mais concretamente a zona do Parque da Cidade, a sudeste.

Na reunião de Câmara, decorrida nesta quinta-feira, o autarca vimaranense sublinhou que o novo troço deve unir as duas zonas, ao seguir pela “proximidade da zona urbana da encosta da Penha” – montanha com quase 600 metros de altitude, que se ergue a sul da cidade –, e vai ajudar a mitigar o congestionamento do trânsito na cidade, resultante do “aumento exponencial do parque automóvel, independentemente da oferta pública de transporte”. “Temos que equacionar zonas em que se possa circular naquele trânsito que vai para as periferias do território mais urbanizado da cidade”, disse.

A ligação entre a zona sul, por onde se sai de Guimarães em direcção a Vizela e a Santo Tirso, e a zona nascente, junto às saídas para Fafe e Felgueiras, vai ser analisada num debate público com os vimaranenses, prometeu Bragança. Os estudos necessários para a elaboração do projecto vão ser iniciados o quanto antes.

Convicto de que vai terminar a obra no presente mandato, o presidente da Câmara reconheceu que ainda nada está definido quanto aos licenciamentos, aos recursos financeiros e ao prazo em torno do projecto.

Aberta ao trânsito há 24 anos, com um traçado a contornar o núcleo urbano de Guimarães a oeste e a norte, repleto de subidas e descidas, e um limite de velocidade de 70 quilómetros por hora, a circular urbana foi o lugar onde morreram, pelo menos, 24 pessoas de acidente até fevereiro de 2011, revela um artigo publicado pelo semanário O Comércio de Guimarães a 23 de Fevereiro desse ano.

Dois anos depois, o município despendeu 450 mil euros para remodelar o troço entre o nó de Azurém, próximo da Universidade do Minho e do Castelo de Guimarães, e o nó de Mesão Frio, com a duplicação das faixas de rodagem e a colocação de um separador central.

Plano de Mobilidade Sustentável “quase pronto”           

O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, idealizado na sequência da criação da autoridade municipal de transportes – baseia-se no Regime Jurídico do Serviço Público do Transporte de Passageiros -, aprovada em setembro de 2016, está a “ficar concluído”, adiantou o presidente da Câmara, frisando que a responsabilidade atribuída aos municípios na gestão dos transportes está na origem da “responsabilidade de todo o território concelhio quanto à mobilidade”.

O autarca socialista confirmou ainda que o documento vai ser promovido em três debates públicos, a partir de fevereiro. Monteiro de Castro, vereador da coligação PSD/CDS-PP pediu uma reflexão sobre o plano em elaboração e apontou os transportes públicos como uma das “maiores lacunas de Guimarães”, pela falta de ligação com as freguesias periféricas.

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