“Eu sou um visionário”, admite Orlando Figueira

Principal suspeito da Operação Fizz auto-elogiou-se durante a primeira sessão do julgamento.

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Rui Gaudêncio

Durante as várias horas durante as quais prestou declarações aos juízes, o procurador Orlando Figueira não resistiu a auto-elogiar-se.

Em causa está o facto de, em 2011, ter arquivado processos em que era suspeito o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente. Tê-lo-á feito por estar convencido da sua inocência ou em troca de pagamentos de luvas? O Ministério Público defende a segunda tese, mas o arguido Orlando Figueira diz que não lhe restava outra alternativa, uma vez que o caso da investigação da compra de um apartamento de luxo no Estoril por Manuel Vicente envolvia uma sociedade com acções ao portador, através da qual a transacção tinha sido feita. E era-lhe impossível, precisamente por serem acções ao portador, descobrir quem tinha dado a ordem de compra do apartamento.

Só no ano passado a legislação portuguesa passou a proibir este tipo de sociedades. “Em 2011 eu já antevia que isso ia acontecer. Passe a imodéstia, sou um visionário!”, observou o procurador, que continua ligado à magistratura, embora com licença sem vencimento de longa duração. “Hoje teria voltado a arquivar esse inquérito”, assegurou. 

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