ARCO Madrid distingue Armando Martins com prémio de coleccionismo

Empresário tem um projecto para um hotel-museu em Lisboa.

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O empresário Armando Martins no edifício Atrium Saldanha, em Lisboa DR

A Fundação ARCO revelou quais são as colecções e os coleccionadores que vão receber os prémios “A” na edição espanhola da feira de arte contemporânea em Madrid, prevista para o final de Fevereiro naquela cidade, entre os quais está o empresário português Armando Martins. O presidente do conselho de administração do Grupo Fibeira, com negócios na área do imobiliário e da hotelaria, tem recebido os coleccionadores estrangeiros nas duas edições lisboetas da ARCO, a feira que costuma decorrer em Maio na Cordoaria Nacional, com um evento na Quinta do Correio-Velho, em Loures.

Armando Martins, de 68 anos, iniciou a sua colecção há 40 anos. Segundo explicou ao PÚBLICO, a colecção junta cerca de 400 obras, tendo o empresário começado a comprar peças do século XX português, para depois alargar o seu interesse à arte contemporânea internacional. Foi durante a ARCO Lisboa que Armando Martins mostrou publicamente parte da sua colecção pela primeira vez, exactamente nos eventos-almoços na Quinta do Correio-Mor. Sobre o significado do prémio, diz não ter ainda uma ideia clara, mas destacou estar em muito boa companhia, citando alguns dos outros coleccionadores também distinguidos.

A ARCO reconheceu a importância de outros cinco coleccionadores, que a 20 de Fevereiro, no Teatro Real, vão ser também distinguidos com os Prémios “A” de Coleccionismo: a espanhola Alicia Koplowitz, presidente do Gurpo Omega Capital; o casal de coleccionadores, também espanhóis, Susana Lloret e José Luis Soler, que em Valência criaram o centro de arte Bombas Gens, numa colecção orientada por Vicente Todolí (primeiro director do Museu de Serralves, Porto); a coleccionadora e filantropa de origem cubana Ella Fontanals-Cisneros, que vive em Miami e é responsável pela Fundação de Arte Cisneros Fontanals; e finalmente o coleccionador brasileiro Luis Paulo Montenegro, vice-presidente do grupo Ibope.

Um hotel-museu em Lisboa

Entre os investimentos mais recentes de Armando Martins, está a construção de um hotel de cinco estrelas no Palácio dos Condes da Ribeira Grande (antigo Liceu Rainha Dona Amélia), na Rua da Junqueira em Lisboa, projecto que também inclui a criação de um museu de arte contemporânea e foi recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa. Já em Loures, na Quinta do Correio-Mor, com uma área de 140 hectares, o empresário quer desenvolver um projecto que cruza habitação, hotelaria, um centro hípico, um hospital e ainda um centro de investigação ligado à saúde, num investimento que lhe permite 230 mil metros quadrados de construção.

Em 2004, o empresário foi notícia por causa de um empréstimo de 75 milhões de euros concedido pela Caixa Geral de Depósitos para a aquisição do edifício Atrium Saldanha, em Lisboa, sem que o financiamento tivesse sido aprovado pelo conselho de administração ou pelo conselho de crédito, como mandavam as regras internas da instituição bancária. Na altura, Armando Martins declarou não ter conhecimento de que o empréstimo tivesse sido aprovado nessas condições. Mas, segundo explicou agora ao PÚBLICO, esse assunto já está ultrapassado: “O empréstimo foi pago em 2007. Não tenho rigorosamente nenhum financiamento com a Caixa.”

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