Santana Lopes recomenda “Rennie, Kompensan ou Alka-Seltzer” a Rui Rio

Antigo autarca do Porto pediu "elevação" na campanha e explicações ao adversário sobre o eventual negócio do Montepio. Santana Lopes sugeriu remédios para quem "vive mal disposto com toda a gente".

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Rui Rio, antigo autarca do Porto e um dos dois candidatos à liderança do PSD, que disputa com Pedro Santana Lopes, pede “elevação” nesta recta final da campanha, mas o ex-presidente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e seu adversário não está pelos ajustes. Em campanha no domingo por terras transmontanas, Santana Lopes sugeriu que Rio está desesperado porque sente “o terreno a fugir-lhe debaixo dos pés” e recomenda “Rennie, Kompensan ou Alka Seltzer” a alguém que é “amargo, azedo” e que “vive mal disposto com toda a gente”.

Sem nunca pronunciar o nome de Rio, Santana Lopes reagiu sem papas na língua. “Bem prega Frei Tomás, ouve o que ele diz, não faças o que ele faz, a propósito de manter a elevação”, começou por dizer o candidato que, no sábado, durante a Convenção Nacional da sua candidatura apresentou aos militantes um pedido de desculpas por caretas, desmaios e algumas trapalhadas em que viu envolvida a sua passagem pelo Governo como primeiro-ministro.

Depois, apontando baterias a Rui Rio, prosseguiu, em declarações transmitidas pela SIC. “Eu compreendo agora algum desespero de quem sente o terreno a fugir-lhe debaixo dos pés, mas são os militantes que estão a distinguir quem é que tem caminho para o presente e o futuro e quem é que amargo, azedo, que vive mal disposto com toda a gente”, afirmou Santana, que também já dirigiu a maior autarquia do país, a de Lisboa – e não parou por aí na sua resposta ao adversário. Porque logo de seguida enumerou exemplos do que entende ser o alvo de Rui Rio, que “vive mal disposto com a comunicação social, com a justiça, com o Futebol clube do Porto, com canais de televisão, com a Misericórdia, passam a vida mal dispostos”. “Rennie, Kompensan ou Alka Seltzer”, rematou, em jeito de recomendação.

No sábado, depois de o actual ministro da Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, ter vindo a público responsabilizar Santana pela ideia de a Santa Casa entrar no sector financeiro – falou-se da possível entrada desta instituição no capital do Montepio, hipótese que segundo o ministro foi colocada pelo Governo –, Rui Rio exigiu, em campanha, que o seu adversário explicasse “tim-tim por tim-tim” que ideias eram essas.

Santana também respondeu, para sustentar que não houve decisão nenhuma e, portanto, que estava tudo explicado. “Esses assuntos já foram esclarecidos por mim na altura. A Santa Casa não tomou nenhuma decisão na altura, estava à espera de auditorias, houve hipóteses colocadas em cima da mesa e a decisão foi não”, começou por dizer. “Se não se concretizou foi porque a decisão foi não.”

Em seguida, deixou implícita a ideia de que a análise dessa possibilidade envolveu contactos com diversas figuras do Estado, e não apenas com o executivo socialista de António Costa. “A Santa Casa com todas essas hipóteses ou concretizações só ganhou dinheiro. Aquilo que aconteceu, fez aplicações, o que faz na sua história desde sempre. Participações estratégicas não houve nenhuma”, insistiu, sublinhando que não se saiu do campo das possibilidades. “Foram ponderadas, foram estudadas, por razões nacionais, ponderadas com todos os poderes do Estado – não falo só do Governo –, aos mais variados níveis. Quando saí, não havia nenhuma decisão tomada, estávamos à espera da auditoria que foi solicitada. Inventem os assuntos que quiserem agora, eu fazia uma sugestão, para tentarem recuperar: trabalhem, apresentem ideias e propostas”.

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