Oito mortes e 123 detenções após protestos contra Kabila

Apesar de o Governo ter proibido qualquer manifestação de carácter político, vários fiéis e activistas decidiram organizar protestos, liderados pelos párocos.

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Controlo policial em Kinshasa Reuters/KENNY KATOMBE

Os protestos no Congo contra o Presidente Joseph Kabila já provocaram oito mortos e levaram à detenção de mais de cem pessoas, informou neste domingo fonte da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em declarações à agência France Presse, fonte da ONU confirmou que, “até ao momento, foram registados oito mortos, sete em Kinshasa e um em Kananga”, bem como 82 detenções na capital e 41 no resto do país.

Os agentes dispararam neste domingo contra fiéis de várias paróquias católicas que se manifestavam com o objectivo de pedir que Joseph Kabila declare, publicamente, que não será candidato nas próximas presidenciais. O protesto acontece um ano depois da assinatura do acordo de São Silvestre, que previa a realização de eleições antes do final de 2017.

Apesar de o Governo ter proibido qualquer manifestação de carácter político, vários fiéis e activistas decidiram organizar protestos, liderados pelos párocos.

Em Kinshasa, no distrito de Lemba, as forças de segurança dispararam tiros para o ar e lançaram gás lacrimogéneo numa igreja, onde estavam previstas manifestações, situação que se repetiu no bairro de Mbudi, nas paróquias de São Gabriel de Yolo e São Roberto.

A Comissão Eleitoral anunciou, em Novembro, que as eleições terão lugar a 23 de Dezembro de 2018.

Inicialmente previa-se que as mesmas decorressem em 2016, mas as autoridades congolesas atrasaram o processo, alegando deficiências no censo, decisão apelidada, pelas forças da oposição, como uma manobra política para preservar Kabila no poder.

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