Prevenção desceu em 2016, mais nas faixas de gestão de combustíveis

Segundo as estatísticas do INE, houve um decréscimo de todas as acções preventivas em todo o território continental.

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Em 2016, o número de sapadores florestais ao serviço inverteu a trajectória descendente ADRIANO MIRANDA

As acções preventivas de incêndios nas florestas baixaram em 2016, com uma quebra de 55% na rede primária de faixas de gestão de combustíveis e de 40% na manutenção da rede viária florestal, revela o INE nesta quarta-feira.

As Estatísticas do Ambiente 2016 divulgadas esta quarta-feira analisaram as acções de silvicultura preventiva levadas a cabo pelo Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) e pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, da Região Autónoma da Madeira, em 2016.

"Verificou-se um decréscimo de todas as acções no continente face a 2015 (gestão de combustíveis, -24,6%; pontos de água beneficiados, -20,5%; manutenção de rede viária florestal, -40,9%; rede primária de faixas de gestão de combustíveis executada, -55%)", segundo o documento do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Na Região Autónoma da Madeira, acrescenta o relatório do INE, "a maioria das acções aumentou (gestão de combustíveis, 1.133,3%; pontos de água beneficiados, 300%; manutenção de rede viária florestal, 100%)".

No âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra incêndios, estão estabelecidas medidas e acções estruturais e operacionais relativas à prevenção e protecção da floresta, como recorda o INE.

Prevenir os incêndios implica o desenvolvimento de diversas actividades, nomeadamente acções de silvicultura preventiva, como gestão de combustíveis florestais (corte de mato, limpeza de povoamentos), beneficiação de pontos de água, manutenção da rede viária florestal (caminhos, estradões ou trilhos) e rede de faixas de gestão de combustível.

Em 2016, o número de sapadores florestais ao serviço inverteu a trajectória descendente, ao fixar-se nos 1355 efectivos, mais 45 elementos que no ano anterior, o que possibilitou a criação de nove novas equipas.

As regiões do Centro e do Alentejo foram as que maiores acréscimos registaram, com mais 4% e 12%, respectivamente, correspondentes a cinco e três equipas de sapadores florestais. O Norte foi contemplado com mais uma equipa.

Em 2016, pelo quarto ano consecutivo, o número de elementos afectos ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) no continente diminuiu, desta vez 2,3%, ficando com 875 elementos, menos 21 que no ano anterior, diz o INE. Ao contrário de 2015, o número de actividades desenvolvidas pelo SEPNA em 2016 diminuiu 16,3%, fixando-se nas 58.027 acções.

Entre 2012 e 2016, continua o INE, "o efectivo decresceu a um ritmo médio anual de 1,2%, correspondendo a uma saída de 44 elementos, dos quais cerca de metade ocorreu no último ano".

A Região Autónoma dos Açores manteve o mesmo número de elementos, com um total de 30 efectivos, enquanto a Região Autónoma da Madeira perdeu um elemento, fixando-se nos sete efectivos, o número mais baixo do quinquénio.

Em 2017, segundo a cartografia provisória de áreas ardidas de 2017, o fogo atingiu 39,4 mil hectares de áreas protegidas no continente, mais 26,5 mil hectares que em 2016.

As áreas protegidas mais afectadas foram o Parque Natural da Serra da Estrela (19,3 mil hectares, correspondente a 21,7% da área total do Parque Natural, face a 1,9 mil hectares em 2015) e o Parque Natural do Douro Internacional (7,4 mil hectares, correspondente a 8,5% do Parque Natural, face a 4,7 mil hectares em 2016).

A Paisagem Protegida da Serra da Gardunha foi afectada em 5,5 mil hectares em 2017, correspondente a 52,4% da área total da paisagem protegida. Na Região Autónoma da Madeira, tendo em conta dados de 2016, arderam 3,6 mil hectares de área protegida, mais 3,2 mil hectares que em 2015.

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