PSD critica ausência de plano para os sem-abrigo contra o frio. Câmara explica

Deputados municipais do PSD acusaram a Câmara Municipal de Lisboa de não ter activado o plano de contingência em relação ao frio e de não prestar apoio aos sem-abrigo. Câmara explica que o plano só é activado quando se registam temperaturas inferiores a três graus durante dois dias seguidos, o que não aconteceu.

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A Protecção Civil alertou para o frio e recomendou que fossem tomadas medidas de cuidado com os grupos mais vulneráveis, como os sem-abrigo Nuno Ferreira Santos

O PSD criticou neste sábado o facto de a Câmara Municipal de Lisboa não ter activado o plano de contingência para a população sem-abrigo depois de a Protecção Civil ter alertado na sexta-feira para o frio e vento intenso. Em resposta ao PÚBLICO, a Câmara de Lisboa esclarece que o plano só é activado na cidade “quando se registam, pelo menos durante dois dias seguidos, temperaturas com três ou menos graus”.

“Até ao presente momento, no concelho de Lisboa, ainda não se registaram temperaturas de três ou menos graus, nem se prevêem esses valores para os próximos dias”, disse fonte da Câmara Municipal de Lisboa ao PÚBLICO. “Obviamente, e como acontece sempre, o plano será accionado sempre que se registem essas condições de grande adversidade atmosférica”, acrescentou ainda.

No comunicado do PSD enviado às redacções, assinado pelo líder da bancada do PPD/PSD na assembleia municipal, Luís Newton, era referido que, em situações “análogas anteriores, em que se tinham registado “temperaturas mínimas mais elevadas”, a câmara tinha emitido comunicados e tomado medidas de apoio para proteger os sem-abrigo — é dado como exemplo o dia 17 de Janeiro deste ano. A Câmara rebate e explica que, nessa altura, “as temperaturas previstas seriam muito baixas” e a autarquia decidiu então activar o plano no dia anterior ao dia em que as temperaturas ficariam abaixo de três graus, o que permitiu dar uma resposta “mais abrangente” aos sem-abrigo. 

Os deputados municipais do PSD criticam os responsáveis pelas pastas do Desenvolvimento Social e da Protecção Civil, Fernando Medina e Ricardo Robles, por não ter sido transmitida qualquer informação à população da cidade, exigindo “medidas de implementação imediata”, como a abertura do Pavilhão Vistoso e algumas estações de metro.

Num comunicado emitido na sexta-feira, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) alertava para a “descida da temperatura nas próximas 48 horas [até ao final da tarde de domingo]”. O frio destes dias sentir-se-á sobretudo no interior Norte e Centro (com temperaturas a descer até aos cinco graus negativos e com a formação de gelo ou geada), havendo vento intenso nas terras altas do Centro e do Sul.

No site do IPMA, vê-se que são esperados em Lisboa oito graus de temperatura mínima no sábado e seis graus de mínima no domingo (e quatro na segunda-feira).

Entre outras medidas, a Protecção Civil aconselhava a população a agasalhar-se com vestuário adequado e a evitar a exposição prolongada ao frio, sendo também aconselhado que fossem ingeridas sopas e bebidas quentes, evitando as bebidas alcoólicas. Outra das recomendações era a prestação de especial cuidado com os grupos mais vulneráveis, como os sem-abrigo.

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