Ano de 2016 registou recorde na obtenção de nacionalidade portuguesa por estrangeiros

São sobretudo residentes em Portugal. Mas também houve os cidadãos a viver fora, como os descendentes de estrangeiros e de judeus sefarditas portugueses.

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Cidadãos dos países africanos de expressão portuguesa representam um quinto das obtenções em 2016 Daniel Rocha

Os cidadãos do Brasil e de Cabo Verde representaram quase metade (43%) do total das obtenções de nacionalidade portuguesa na última década. A grande maioria, nestas e noutras nacionalidades, foi obtida por naturalização (nascimento em Portugal). Entre 2008 e 2016, o número total de estrangeiros que adquiriu a nacionalidade portuguesa ultrapassou os 225 mil.

Além dos cidadãos do Brasil (mais de 60 mil) e de Cabo Verde (mais de 37 mil), os nacionais da Ucrânia, Guiné-Bissau, República da Moldova, Angola, São Tomé e Príncipe, Índia, Roménia e Rússia estão na lista dos dez que mais adquiriram a nacionalidade portuguesa entre 2008 e 2016. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) foram divulgados nesta sexta-feira a propósito do Dia Internacional dos Migrantes, que se assinala a 18 de Dezembro, por decisão da Assembleia Geral da ONU.

Cidadãos de Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique representam 20% do conjunto de aquisições – 5870 num total de 29.351, o número mais elevado observado no período em análise, em que a média anual ronda os 25 mil. 

As nacionalidades ucraniana, moldava e russa também são em grande número: representam 19%. A Roménia também se destaca, enquanto único país da União Europeia, na lista dos dez mais, com 4350 aquisições de nacionalidade em igual período. 

Descendentes no estrangeiro

Em 2016, foram ultrapassadas as 29 mil aquisições de nacionalidade, representando esse número um crescimento de 30% relativamente a 2015, e que poderá ser explicado, segundo análise do INE, pelas alterações legislativas recentes que deram mais oportunidades aos descendentes de portugueses e aos estrangeiros descendentes de judeus sefarditas de adquirirem um passaporte português.

Contudo, a grande maioria (91%) foi obtida por cidadãos residentes em Portugal. Também a partir de 2006, data do início das alterações legislativas, aumentou significativamente o número de aquisições de nacionalidade portuguesa, que em 2007 não ultrapassava os 10 mil

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