Deputado do PSD já não será vice-presidente da Raríssimas

Ricardo Baptista Leite foi convidado há duas semanas para o cargo. Depois das notícias, afirma que "as condições que existiam e que se baseavam num capital de confiança. neste momento não existem para que possa assumir o cargo”.

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Ricardo Baptista Leite foi convidado para ser vice-presidente da Raríssimas DR

O deputado do PSD Ricardo Baptista Leite já não vai assumir o cargo de vice-presidente da associação Raríssimas, na sequências das notícias que vieram a público este sábado e que referem um alegado uso indevido de dinheiro da associação por parte da presidente Paula Brito e Costa.

O Ministério Público está a investigar a Raríssimas após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente, avançou esta segunda-feira a Procuradoria-Geral da Republica.

O convite ao deputado foi feito há duas semanas para ocupar o cargo de vice-presidente. Segundo o mesmo, não tinha ainda tomado posse, apesar de já ser sido aprovado em assembleia geral da associação. Cargo que diz já não estar disponível para assumir perante a falta de clarificação da situação.

“Aceitei o desafio e fui informado que seria levado a assembleia geral, que foi aprovado e não tive mais nenhum contacto sobre a tomada de posse. Depois começaram a surgir as notícias da reportagem e fiquei à espera de esclarecimentos, que deixaram muito por esclarecer. As condições que existiam e que se baseavam num capital de confiança neste momento não existem para que possa assumir o cargo”, afirma Ricardo Baptista Leite ao PÚBLICO.

O também médico garante que quando há duas semanas foi convidado para o cargo de vice-presidente, "se tivesse o mínimo de suspeita nunca teria equacionado" aceitar o convite. "Seria sempre uma função pro bono com o objectivo de ajudar a instituição a dar um impulso a nível nacional e internacional", acrescenta.

“Há muitos anos acompanho a causa das doenças raras e a Raríssimas é a instituição mais relevante em Portugal nesta área. Comecei a conhecer a Paula Brito e Costa através das visitas institucionais à associação. Foi sempre uma ligação pro bono, tal como tenho com outras instituições”, refere, salientando que a primeira imagem que teve de Paula Brito e Costa foi a de uma "mãe que perdeu um filho e que traduziu essa morte na construção de uma instituição para dar resposta a pais, como ela não teve na altura, e de uma líder determinada à frente de uma associação".

Ricardo Baptista Leite assegura que vai fazer "um acompanhamento muito próximo da situação pelas crianças, pelas suas famílias e pelos seus profissionais". "É preciso que exista um apuramento dos factos e respectivas consequências, e que a instituição volte a conquistar uma posição que mereça confiança de quem dela depende e dos seus profissionais. Estou muito preocupado com o futuro da associação”, afirma.

Soube-se esta segunda-feira que o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, foi vice-presidente da Assembleia Geral da Raríssimas entre 2013 e 2015.

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