FC Porto chega ao clássico com saldo de golos histórico

É preciso recuar 62 anos para encontrar uma diferença de golos melhor do que a actual nos “dragões”. Benfica, com uma pontuação igual à da temporada passada, volta à cidade onde já perdeu nesta Liga.

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ESTELA SILVA/LUSA

A jornada passada da Liga 2017-18 ajudou a esbater um pouco as diferenças entre um FC Porto autoritário ao nível interno e um Benfica demasiado intermitente. O que os números nos mostram, à 12.ª jornada do campeonato, é que o tetracampeão está praticamente ao nível da prestação da época passada, enquanto o actual líder da prova subiu vários degraus. E a diferença de golos que os “dragões” apresentam nesta altura é um indicador elucidativo sobre a subida de forma da equipa — na prática, é preciso recuar a 1955-56 para encontrar uma marca superior na história dos “azuis e brancos”.

O segundo clássico da temporada, depois do Sporting-FC Porto do dia 1 de Outubro, terá um intervalo de três pontos entre os dois candidatos. Um distância encurtada no último fim-de-semana, depois da goleada imposta pelo Benfica ao V. Setúbal (6-0) e do empate dos “dragões” na Vila das Aves (1-1). Claramente mais demolidora no Estádio do Dragão do que fora de portas, a equipa orientada por Sérgio Conceição cedeu pontos pela segunda vez no campeonato, encaixando (apenas) o quinto golo e mantendo o estatuto de melhor defesa da prova. A este pergaminho junta ainda o de melhor ataque, com 31 golos.

É este saldo francamente positivo, de 26 golos, que faz do FC Porto actual o protagonista de um dos melhores arranques de campeonato da história do clube. Neste século, o melhor que conseguira nas 12 primeiras jornadas foram 23 golos (em 2010-11 e 2000-01, épocas em que também comandava a classificação). Para igualar o “score” corrente, é preciso recuperar a temporada 1995-96 e para o superar a viagem ao passado é de 62 anos. Em 1955-56, com Dorival Yustrich como treinador, os “azuis e brancos” marcaram 35 e sofreram sete golos na primeira dúzia de jogos na Liga — contas feitas, 28 golos de “lucro”.

Desde que Sérgio Conceição tomou conta da equipa, o FC Porto tem sido implacável em casa, apresentando quase sempre uma margem de três golos por cada vitória (a excepção foi o triunfo por 2-0 diante do Belenenses). Neste particular, tem um ponto de contacto com o adversário de amanhã. O Benfica também ganhou todos os jogos disputados no seu recinto e soma dois empates, ambos fora de portas. A diferença para o rival na luta pelo título, é uma derrota averbada, curiosamente, no Porto — no caso, diante do Boavista, na 6.ª ronda.

Neste regresso ao Norte, o Benfica surge mais confortado pela almofada de seis golos que alcançou diante do Vitória e que lhe permitiu igualar os 29 pontos que somava, nesta mesma altura, em 2016-17. A principal diferença é que, há um ano, já tinha medido forças com um dos rivais, salvaguardando um ponto precisamente no Estádio do Dragão, à 10.ª jornada.

Este FC Porto, que já acumulou mais sete pontos do que em igual período da época anterior, tentará consolidar o registo esmagador diante do Benfica sempre que recebeu o adversário na jornada 12, algo que acontecerá amanhã pela sétima vez na história. Os “encarnados”, por outro lado, agarrar-se-ão ao desfecho do clássico de 1949-50, o único que venceram nesta ronda (0-1, golo de Julinho) — houve também um empate e quatro triunfos para os anfitriões, o mais expressivo dos quais em 1940-41: 5-2.

Depois de semanas de constrangimentos no plantel, especialmente no ataque, com as lesões de Otávio, Soares e Marega, o FC Porto tem-se treinado na máxima força, mantendo nas sessões de trabalho o jovem avançado André Pereira, que tem merecido a confiança de Sérgio Conceição nas últimas convocatórias.

Do lado contrário, o central Rúben Dias (a recuperar de uma intervenção cirúrgica) constitui a baixa de maior vulto para Rui Vitória, numa semana de trabalho marcada pela despedida do Benfica do guarda-redes Júlio César. O brasileiro disputou dois clássicos no Dragão, com uma vitória e uma derrota.

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