Rio e Santana suspendem campanha na altura do Natal

Antigo líder do PSD pode parar apenas na antevéspera de Natal para regressar em Janeiro. Ex-autarca fará pausa mais prolongada.

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Candidatos interrompem campanha para as eleições directas no PSD para por causa do Naral LUSA/HUGO DELGADO

Rui Rio vai suspender a campanha para a liderança do PSD, em Dezembro, uns dias antes do Natal e até à passagem de ano, confirmou ao PÚBLICO fonte da candidatura.

Pedro Santana Lopes continuará em campanha mais alguns dias, parando apenas no chamado período festivo entre o Natal e a entrada do novo ano. “Já temos agenda até ao dia 19 de Dezembro e o mais provável é que a candidatura se mantenha no terreno até à antevéspera do Natal”, disse ao PÚBLICO fonte da candidatura. De acordo com a mesma fonte, Santana tem recebido alguns convites para participar em jantares e lanches de Natal e é sua intenção comparecer nas iniciativas para as quais está a ser convidado, no âmbito das eleições internas para a liderança do partido.

Já o antigo presidente da Câmara do Porto tem compromissos agendados até ao dia 16, mas é provável que a partir dessa data comece a abrandar para regressar ao terreno apenas no início de 2018 para a recta final da campanha.

As duas candidaturas estão agora a negociar os termos e o modelo em que poderão decorrer os debates televisivos entre os dois candidatos à liderança do PSD e é provável que até ao final desta semana o assunto fique resolvido. A RTP e a SIC foram as primeiras estações de televisão a propor debates, tendo a primeira sugerido o dia 11 de Janeiro e a segunda o dia 12 de Dezembro.

Entretanto, a TVI também apresentou esta semana uma proposta, propondo a primeira semana de Janeiro para um frente-a-frente entre Rio e Santana. Depois da troca de cartas entre os dois candidatos esta semana por causa dos debates, o tema voltou ontem a ser aflorado pelo antigo líder do PSD que reafirmou sempre ter defendido que os debates ocorressem junto dos militantes.

Questionado no final de uma reunião com a Confederação do Turismo de Portugal se concordava com Rui Rio, que assumiu na terça-feira que o contacto com os militantes era, na sua opinião, mais importante para a vitória do que os debates, Santana respondeu com ironia. "Quando ouço determinadas frases penso que estou a ouvir mal. Quem sugeriu debates ao pé dos militantes sabe quem foi e sei o que tenho ouvido estas semanas... Agora que estamos a negociar debates com as televisões, diz-se que é muito importante debater junto dos militantes", respondeu à agência Lusa.

O candidato, que está a terminar uma ronda de contactos com os parceiros sociais, não quis comentar a participação do seu ex-ministro-adjunto, Henrique Chaves, e cuja demissão precipitou a queda do seu governo, na comissão de honra de Rui Rio. "Não comento, cada um escolhe as comissões que entende", disse o antigo primeiro-ministro à Lusa.

Presidida por Paulo Mota Pinto, a comissão de honra de Rui Rio foi apresentada ontem em Lisboa e dela fazem parte várias figuras do partido e como Mota Amaral, Alberto João Jardim, Manuela Ferreira Leite, Miguel Cadilhe, Ferreira do Amaral, Arlindo Cunha, Couto dos Santos, David Justino, Silva Peneda Mira Amaral, Ângelo Correia, Graça Carvalho, Montalvão Machado, entre outros. 

Na manhã do dia em que apresentou publicamente a sua comissão de honra, Rui Rio recebeu mais um apoio esperado: o de Pedro Rodrigues, ex-líder da JSD. Foi “com naturalidade” que o deputado anunciou ao jornal i que estará ao lado do ex-autarca do Porto nas eleições directas de 13 de Janeiro e que, na sua opinião, “Santana Lopes só dignifica esta corrida”. A quem dizia que “o PSD não tinha alternativas” que as duas candidaturas existentes mostram “precisamente o contrário”, acrescentou.

Sobre o movimento que tem dinamizado nos últimos meses – Portugal Não Pode Esperar – Pedro Rodrigues anunciou que em Janeiro será apresentado (por Passos Coelho) um livro com algumas conclusões do trabalho entretanto realizado, e que não deixará de redigir uma moção ao congresso de Fevereiro, mostrando interesse em rever os estatutos do partido. “Aquilo que eu senti [na volta que fiz para a elaboração do livro do Movimento] foi que há sectores na sociedade civil portuguesa que não se revêem num Estado fiscalmente asfixiante, mas que também não se revêem num Estado que se demite das suas funções essenciais”, disse.

 

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