Francisco Louçã critica transferência do Infarmed

O fundador do Bloco de Esquerda diz que está em causa uma jogada política, mostrando-se preocupado com a posição do Governo em relação à saúde.

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Francisco Louçã acredita que decisão mostra improviso do Ministério da Saúde

Francisco Louçã criticou a decisão do Governo de mudar a sede do Infarmed de Lisboa para o Porto na rúbrica de opinião da Manhã TSF esta sexta-feira. O fundador do Bloco de Esquerda afirmou que mais do que a forma de comunicação, o que está em causa é uma jogada política que revela o improviso do Ministério da Saúde.

“Mais do que comunicado, é [sobre] o arbítrio da decisão que importa reflectir porque ele diz respeito a uma forma como, em particular, o Ministério da Saúde tem actuado com despreocupação, com improviso, a correr atrás dos acontecimentos ou, pior ainda, a utilizar os meios de decisão como uma forma de jogo político, neste caso em relação a um presidente da Câmara que elevou o seu patamar reivindicativo dentro de uma estratégia bairrista muito afirmativa”, declarou Francisco Louçã.

Mostrou-se ainda preocupado com a posição do actual Governo nos últimos dois anos face à saúde. “Talvez este défice neste ministério seja um dos aspectos mais preocupantes destes dois anos de Governo, acumulando aliás os quatro anos da austeridade troikista no tempo anterior, em que o serviço de saúde foi um dos principais alvos. É aí que está um mercado extraordinário, um mercado prometedor” referiu.

A decisão de mudar a sede do Infarmed para o Norte, considera Louçã, "aparece como uma compensação a Rui Moreira, explicitamente declarada pelo primeiro-ministro, para a eventualidade de não ser aprovada a Agência Europeia do Medicamento para o Porto", afirma, argumentando que o falhanço "era bastante provável" porque "a candidatura de Portugal era muito fraca".

As declarações de Francisco Louçã vêm no seguimento da mudança do Infarmed para o Porto. O primeiro-ministro, António Costa, prestou também declarações sobre a decisão afirmando à Antena 1 que a decisão estava tomada há algum tempo, mas admitindo que “a comunicação podia ter sido de outra forma".

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