PSD quer "números fiáveis" das casas afectadas e das já reconstruídas

Na sequência de visitas efectuadas na semana passada, o PSD entregou no Parlamento um conjunto de 11 perguntas dirigidas ao ministro do Ambiente e a outras entidades.

Teresa Morais explicou as perguntas do PSD
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Teresa Morais explicou as perguntas do PSD Miguel Manso
PSD quer balanço das casas e empresas destruídas
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PSD quer balanço das casas e empresas destruídas Nelson Garrido

O PSD quer "números fiáveis e rigorosos" das casas, anexos e empresas afectadas pelos incêndios de Junho que deflagraram em Pedrógão Grande e quantas já foram alvo de reconstrução, num processo que considera estar "extremamente atrasado".

Na sequência de visitas efectuadas na semana passada pela direcção da bancada parlamentar e de uma reunião com a associação de vítimas do grande incêndio de 17 de Junho em Pedrógão Grande, o PSD entregou hoje no Parlamento um conjunto de 11 perguntas dirigidas ao ministro do Ambiente, à secretária de Estado da Habitação e ao ministro do Planeamento e das Infra-estruturas.

As mesmas questões foram também dirigidas, em forma de requerimento, aos presidentes de Câmara dos três municípios mais afectados pelos incêndios de junho: Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos.

"Queremos saber de que ponto é que partimos: quantas casas foram afinal afectadas em cada concelho, total e parcialmente; quantas casas já foram reparadas total e parcialmente; quantas casas foram entregues a cada entidade e quantas são as entidades que estão a reconstruir", resumiu a vice-presidente do PSD Teresa Morais, em declarações à agência Lusa.

A deputada salientou que, na reunião com a associação das vítimas, as principais queixas prenderam-se com a falta de apoio, designadamente psicológico, que está a ser prestado e uma grande preocupação com o processo de reconstrução.

"O processo de reconstrução nestes três concelhos está extremamente atrasado, a maior parte das casas que tiveram alguma intervenção foi uma intervenção superficial", afirmou Teresa Morais, precisando que, na maioria dos casos, foram reparações com custos inferiores a 5.000 euros.

Segundo a deputada, "na esmagadora maioria dos casos as reconstruções totais pura e simplesmente não aconteceram".

"O que eu temo é que agora haja mais três ou quatro casas arranjadas à pressa para alguns membros do Governo irem lá comer uma fatia de bolo-rei no Natal e tudo o resto fique como está e isso não pode acontecer", defendeu.

Além dos dados relativos às casas de primeira habitação, o PSD pede também números sobre os danos totais ou parciais nas casas secundárias, salientando que "muita da economia" destes concelhos vive da população reformada que aí reside alguns meses por ano ou das pessoas que lá passam os fins-de-semana e que, sem apoio, não vão reconstruir as suas casas.

"Também queremos saber quantas instalações empresariais sofreram destruição total ou danos parciais. Há muitas empresas que ainda não tiveram apoios e cujos postos de trabalho estão em perigo", alertou Teresa Morais.

O PSD questiona ainda quantos anexos e armazéns, ou outras instalações destinadas ao abrigo de animais sofreram danos parciais ou totais, lembrando que muitos dos habitantes desta zona tinham nos animais o seu modo de subsistência.

Os sociais-democratas querem ainda saber quantas e quais são as entidades públicas e privadas no município afetados que têm a seu cargo a reconstrução total ou a reparação destas casas; quantas foram entregues a cada uma dessas entidades e quantas reconstruções estão integradas no Fundo Revita.

"Num destes concelhos verificámos que há mais de dez entidades envolvidas na reconstrução, desde a Santa Casa, à Câmara Municipal, organizações de voluntários, entidades privadas, União das Misericórdias, Caritas...", afirmou a deputada, dizendo que tem havido uma "enorme disparidade" no processo de reconstrução conforme a entidade responsável.

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