Legionella já infectou 54 pessoas. DGS publica normas de prevenção e controlo

Direcção-Geral de Saúde compilou as normas para as unidades de saúde saberem como prevenir e controlar a Legionella. Estas diretrizes estavam até agora dispersas em vários documentos. Maioria dos infectados desde dia 31 de Outubro permanece internada.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Há mais três pessoas infectadas com a bactéria Legionella, subindo para 54 o número de casos confirmados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), na sequência do surto no Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa.

Cinco pessoas morreram e a maioria dos infectados desde o início do surto, a 31 de Outubro, permanece internada.

O último balanço da DGS, desta quarta-feira, dá conta de que cinco pessoas continuam internadas nos cuidados intensivos e a maioria (53%) dos infectados estão em enfermaria. Até agora, 14 doentes tiveram alta.

Sabe-se ainda que mais de metade dos infectados (31) são mulheres e a larga maioria dos doentes (35) tem mais de 70 anos. Todos os infectados com a doença dos legionários têm "história de doença crónica e/ou factores de risco", nota a DGS.

No final da tarde desta quarta-feira a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse, em conferência de imprensa, que a fonte da infecção com a bactéria que provocou o surto de doença do legionário no Hospital São Francisco Xavier "estará no perímetro do hospital". "Conclui-se com elevada probabilidade que a fonte da infeção estará no perímetro do hospital", explicou.

Normas para unidades de saúde

Entretanto, foram compiladas num único documento as orientações sobre como devem as unidades de saúde prevenir e fazer o controlo ambiental da bactéria Legionella, directrizes que até agora estavam dispersas. A norma, criada pela DGS e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, está disponível no site da direcção-geral.

Define esta norma que cabe ao órgão de gestão das unidades de saúde garantir a prevenção e controlo ambiental da bactéria Legionella. Para isso, tem que criar um plano que integre “a avaliação de risco, a vigilância e a manutenção dos sistemas e equipamentos geradores de aerossóis”. Nomeadamente, especifica o documento, os equipamentos dos sistemas de ar condicionado (torres de arrefecimento, condensadores evaporativos e humidificadores), as redes prediais de água, todos os sistemas que utilizem água climatizada de uso terapêutico e os sistemas de rega por aspersão e fontes.

Este plano de prevenção e controlo ambiental tem que incluir o registo completo e actualizado das instalações e dos equipamentos, a avaliação do risco de cada instalação e equipamento e a identificação dos “pontos críticos”. E mais: tem que existir um programa que defina como é feita a manutenção e inspecção de cada instalação, outro que diga como se monitoriza e trata a água (e a frequência com que isto é feito), um programa sobre a limpeza e desinfecção e um sistema que registe todas estas actividades (“incluindo paragens e arranques de torres de arrefecimento”).

As unidades de saúde têm ainda que definir como se articulam com os envolvidos num surto, como a que está a acontecer no Hospital S. Francisco Xavier. E comunicar tudo à autoridade de saúde local.

Para além disso, todos os casos de doença dos legionários devem notificados às autoridades da saúde e ser alvo de investigação epidemiológica.

Cabe ainda aos gestores garantir que estas medidas, sejam de controlo ou correctivas, são cumpridas.

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