Sessão dura no Senado de Madrid

PP ainda pode apoiar emenda do PSOE para suspender o 155 num cenário de eleições na Catalunha.

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A vice-presidente de Rajoy na comissão do Senado Fernando Villar/Reuters

Era o dia em que se esperava Carles Puigdemont e o presidente catalão enviou, no seu lugar, o delegado da Generalitat em Madrid, Ferrán Mascarell. Ora, a comissão do Senado criada para debater a proposta de aplicação do artigo 155 da Constituição recusou a participação de Mascarell, prevista no regulamento da Câmara Alta. “Supõe-se que o diálogo se estabelece falando. Assim é muito difícil chegar a acordos”, disse o enviado de Puigdemont à saída.

A sessão iniciou-se com um longo e duro discurso da vice-presidente do Governo, Soraya Sáenz de Santamaría, que defendeu a necessidade do Estado “resgatar a Catalunha” e acusou o governo catalão de nunca ter “sido responsável”. “A viagem a nenhum lado do independentismo tem de ter um fim, com o regresso à legalidade”, disse.

O mais relevante, numa câmara onde o PP tem maioria absoluta, foi a apresentação, por parte do PSOE, de três emendas. Uma delas contou já com o apoio dos conservadores e implica que “as medidas sejam activadas de forma gradual”; outra, que visa “limitar o controlo da TV3 e dos media públicos” ficou “em estudo” pelo PP. Sobre a mais importante, que suspenderia a aplicação do 155 se forem convocadas eleições, o partido no poder reservou a sua opinião até à votação em plenário, sexta-feira de manhã.

Numa sessão sempre tensa, o porta-voz do PDeCAT (de Puigdemont), Josep Lluís Cleries, definiu a proposta do Governo como “um golpe de Estado do nacionalismo espanhol”. “Ainda bem que o presidente não veio, depois de vermos como foi tratado o delegado da Generalitat.”

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