Impresa analisa "manifestações de interesse” em revistas do grupo

Grupo de media que detém a Visão "recebeu manifestações de interesse" sobre as revistas que poderá vir a alienar e está a analisá-las, informou a Impresa

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A Impresa é dona de titulos de revistas como a Visão, Blitz e Activa, entre outras direitos reservados

"No passado mês de Agosto, a Impresa informou que tinha iniciado um processo de avaliação do seu portfólio na área de 'publishing', que poderia implicar a alienação desses activos, com vista a efectuar um reposicionamento estratégico da sua actividade", adianta o grupo, no comunicado dos resultados relativos ao terceiro trimestre deste ano, divulgado esta terça-feira, 24 de Outubro.

"No seguimento dessa iniciativa, a Impresa recebeu manifestações de interesse, as quais estão a ser analisadas", prossegue, adiantando que "a esta data não foi tomada qualquer decisão resultante deste processo, pelo que não é possível apurar qualquer impacto da mesma".

Além da revista Visão, a Impresa detém títulos como Activa, Blitz, Caras e Exame.

Entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas consolidadas do grupo de media decresceram 2,3%, para 146,4 milhões de euros face a igual período do ano anterior. No terceiro trimestre (entre Julho e Setembro), as receitas totais subiram 4,3% para 47,2 milhões de euros, "impulsionadas pelo crescimento em 10,5% das receitas de publicidade, reflexo transversal a todas as áreas do grupo, e pelo aumento das receitas de circulação", refere a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão.

Contudo, nos primeiros nove meses do ano, as receitas totais do segmento 'publishing' caíram 3,7%, para 34 milhões de euros. Apenas no trimestre, subiram 2,5% para 11,7 milhões de euros.

As receitas de circulação aumentaram 0,9% entre Janeiro e Setembro (para 17,4 milhões de euros) e 1,8% no terceiro trimestre (para 6,2 milhões de euros), enquanto as de publicidade diminuíram 3,1% nos nove primeiros meses do ano (para 14,7 milhões de euros) e entre Julho e Setembro cresceram 10,5% (para cinco milhões de euros).

"A receita que tem vindo a ser feita no digital reflectiu-se nas receitas provindas da publicidade e da circulação, representando actualmente 10,5% do total do volume de negócios da área do 'publishing', nos resultados acumulados a Setembro de 2017", refere a Impresa, que é também accionista da agência de notícias Lusa.

O grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão afirma que "a evolução operacional" da Impresa durante o terceiro trimestre, "bem como as medidas de reestruturação implementadas durante os últimos trimestres, e inseridas num contexto macroeconómico mais favorável, permitem antever o cumprimento dos objectivos propostos para este ano, e o reforço da rentabilidade do grupo e, deste modo, sustentar o cumprimento dos objectivos do Plano Estratégico".

Perdas recuam no trimestre

Os prejuízos da Impresa nos primeiros nove meses do ano atingiram os 165 mil euros, uma melhoria face aos 585 mil euros negativos registados em igual período do ano passado, divulgou esta terça-feira o grupo de media.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa refere que o resultado líquido no terceiro trimestre foi negativo em 250 mil euros, o que compara com 1,8 milhões de euros de prejuízos registados no período homólogo de 2016.

Nos nove primeiros meses do ano, o resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) desceu 1,3%, para 8,6 milhões de euros, enquanto o ajustado dos custos de reestruturação aumentou 6,2%, para 10,3 milhões de euros.

"O EBITDA consolidado no terceiro trimestre atingiu 2,5 milhões de euros, o que representa um ganho de 833% em relação ao EBITDA do período homólogo do ano passado, com ganhos reflectidos em todos os segmentos do grupo", acrescenta a administração da Impresa no comunicado ao mercado.

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