Passos Coelho: “O Governo não merece uma segunda oportunidade”

PSD vai votar a favor da moção de censura anunciada pelo CDS.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, disse “sentir vergonha” pela forma como o Governo se comportou nos últimos dias e pelo “falhanço do Estado”, aludindo à tragédia dos incêndios no último fim-de-semana. Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Passos Coelho considerou que o Governo já não “merece uma segunda oportunidade” e que, na sua opinião como cidadão, o primeiro-ministro “não tem nenhumas condições para inspirar confiança ao país”.

O líder do PSD, que falava à margem da reunião da bancada parlamentar, anunciou que os deputados vão votar favoravelmente a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS. Passos Coelho criticou duramente o primeiro-ministro pela forma como actuou nos últimos tempos e após os incêndios de Pedrógão Grande e deste último fim-de-semana. “Sinto vergonha pelo que se passou nos últimos meses. Nunca pensei que houvesse um governo no país que se comportasse desta maneira”, afirmou, acrescentando que “este Governo não merece uma segunda oportunidade”.

Depois desta afirmação, Passos Coelho foi questionado sobre se considera que o primeiro-ministro se devia demitir e respondeu que Costa “não tem nenhumas condições para inspirar confiança ao país para fazer o contrário do que fez até hoje”. “Este é o meu sentimento”, afirmou, lembrando que é a sua opinião como cidadão, para além de líder do PSD, cargo a que não se recandidata nas próximas eleições internas.

Passos Coelho juntou a sua voz à do Presidente da República para exigir que o Governo apresente um pedido de desculpas. “Vemos um governo sem sentido de Estado e que não pede desculpas”, afirmou, referindo que relativamente à demissão da ministra António Costa tinha-a considerado uma “infantilidade” e até fez “uma graça pública. O primeiro-ministro – prosseguiu Passos Coelho – aceitou uma inevitabilidade [a demissão], mostrando que não tem liderança no processo.

O líder social-democrata referiu as “pessoas que resistiram de forma heróica, entregues a si próprias, a tentar salvar os seus pertences”. Uma situação que implica um pedido de “perdão” e que “é impossível não fazer isso”.

Relativamente à demissão da ministra da Administração Interna, Passos Coelho recusou “especular” sobre se a decisão foi provocada pelo discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, mas registou que Constança Urbano de Sousa “não falou verdade quando disse que não tinha pedido” para sair “quando agora se sabe que o fez”.

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