Puigdemont promete "compromisso com a paz e a democracia" na Catalunha

Presidente da Generalitat catalã homenageia Lluis Companys, que declarou a Republica durante a Guerra Civil espanhola.

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“O PP banaliza a figura de Companys", disse o presidente da Generalitat Ivan Alvarado/REUTERS

A resposta do presidente da Generalitat à pergunta de Mariano Rajoy sobre se declarou ou não a independência, com prazo para segunda-feira, será inspirada pelo “compromisso com a paz, a serenidade, e também a firmeza e a democracia”, afirmou Carles Puigdemont. Fê-lo este domingo, na homenagem a Lluis Companys, o líder que declarou em 1934 uma efémera república catalã, durante a Guerra Civil Espanhola, e foi fuzilado há 77 anos pelo regime de Franco.

Charles Puigdemont e todo o governo catalão depositaram hoje de manhã uma coroa de flores no túmulo do antigo presidente da Generalitat republicana, no 77.º aniversário da sua morte. Companys foi vítima "de uma luta muito desigual entre a legitimidade democrática das instituições catalãs e a baixeza do fascismo", que o condenou à morte "em nome da ordem e legalidade estabelecida" naquele momento, afirmou Puigdemont.

Contrapôs a atitude de Companys com a do actual Governo do Partido Popular (PP) que nos últimos tempos se esforçou em caracterizar como frívola a actuação do dirigente antifascista catalão. “O PP banaliza a figura de Companys e escolhe como sócios de manifestação grupos que levantam o braço fascista”, criticou Puigdemont.

Refere-se por um lado a alguns grupúsculos de extrema-direita que têm causado distúrbios violentos na Catalunha nos últimos dias, e também, mais concretamente, às palavras do porta-voz do PP Pablo Casado, que mencionou a possibilidade de o presidente da Generalitat sofrer as mesmas consequências que Companys, explica o jornal catalão El Periódico.

Longe de “reconhecer o tratamento que a figura histórica da Companys merece pelo Estado espanhol, o PP continua a vangloriar-se” da sua prisão e execução após um conselho de guerra do regime franquista, relata a agência Lusa.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão, Carles Puigdemont, para clarificar se declarou ou não a independência na região, na sequência do referendo de 1 de Outubro, considerado ilegal. Caso Puigdemont confirme que declarou a independência, Madrid dar-lhe-á um prazo suplementar – até dia 19 – para fazer marcha atrás, antes de recorrer ao artigo 155.º da Constituição, que permite ao Governo espanhol assumir a administração da Catalunha.

Entretanto, os aliados soberanistas do presidente da Generalitat estão a pressioná-lo para que declare sem ambiguidades a independência.

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