Os militantes do Daesh que ainda se encontram em Raqqa, cidade síria que chegou a ser a capital do território ocupado pelos jihadistas, estão a tentar deixar a região em segurança. Os líderes tribais da cidade informaram entretanto que estão a organizar uma forma de levar os militantes para fora da cidade depois de as Forças Democráticas da Síria, apoiadas pelos Estados Unidos, terem concordado em permitir a sua saída. Ao que tudo indica, os militantes do Daesh deverão sair da cidade durante esta noite levando consigo 400 civis para servirem de escudo humano.

A Reuters cita um comunicado destes líderes tribais de Raqqa, que argumentam que o seu objectivo é evitar um banho de sangue e que entraram em contacto com as Forças Democráticas da Síria e com a coligação militar liderada pelos EUA para se resolver a situação dos jihadistas que ainda permanecem na cidade.

Omar Alloush, membro do Conselho Civil de Raqqa, que deverá dirigir a cidade depois da derrota total do Daesh, disse à Reuters que os jihadistas começarão a sair da cidade esta noite protegidos por cerca de 400 civis, que servirão de escudo humano, e que estavam no Hospital Nacional.

A coligação militar liderada pelos norte-americanos estimou, no início desta semana, que estariam entre 300 a 400 combatentes jihadistas na cidade. Nesta sexta-feira, foi noticiado que cerca de 100 apresentaram a sua rendição.

Estes militantes do Daesh em Raqqa contam apenas com pistolas, espingardas, metralhadoras de pequena calibragem, enquanto as suas reservas de munições estão próximas de acabar, segunfo o que vem sendo revelado.

Desde Julho, e depois de Raqqa ter sido libertada das mãos do Daesh quase por completo, os combatentes das Forças Democráticas da Síria têm empreendido uma luta rua a rua em busca dos militantes jihadistas. A coligação militar dos EUA estava actualmente a preparar o assalto final à cidade para a libertar definitivamente da presença do Daesh.

Durante três anos, Raqqa, a capital síria do Daesh, foi um centro de operações a partir do qual o grupo supervisionava as suas extensas regiões do Leste, Centro e Norte da Síria bem como os ataques planeados no exterior. Agora, a área de influência do califado está circunscrita a uma pequeno local no centro da cidade que inclui o estádio, o Hospital Nacional e uma rotunda onde o Daesh já mostrou as cabeças dos seus inimigos.