Os protagonistas da eleição austríaca

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Debate televisivo com os líderes dos maiores partidos CHRISTIAN BRUNA/EPA

SEBASTIAN KURZ, Partido Popular (ÖVP)

O ministro dos Negócios Estrangeiros, de 31 anos, espera levar o seu partido, conservador, à vitória. Comprometeu-se a conversar com todos os partidos após as eleições. Fez campanha com a promessa de acabar com os velhos compromissos das coligações ao centro, sugerindo que poderia juntar ao Partido da Liberdade (FPÖ, de extrema-direita). Mas avisou que poderia haver mudanças nos social-democratas, o que poderia levar a um restabelecimento da actual coligação de governo – tem elogiado repetidamente o ministro da Defesa, o social-democrata Hans-Peter Doskozil.

CHRISTIAN KERN, Social-Democratas (SPÖ)

Chanceler há menos de 18 meses, é um governante em apuros e um mau resultado nestas eleições pode fazê-lo perder o cargo. O seu partido está envolvido numa tentativa de denegrir Kurz. Kern e Kurz desprezam-se mutuamente. Tem tido alguns debates cordiais com Heinz-Christian Strache, líder do FPÖ, mas sublinha que os dois partidos “vivem em mundos diferentes”.

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Christian Kern, um chanceler em apuros Leonhard Foeger/Reuters

HANS PETER DOSKOZIL, SPÖ

Tornou-se famoso em 2015, como chefe de polícia da província austríaca que teve o maior afluxo de refugiados do Médio Oriente. Rapidamente foi nomeado ministro da Defesa e tornou-se o porta-voz do seu partido, os sociais-democratas, para as questões da imigração. Doskozil tem assumido posições duras, privilegiando a segurança das fronteiras, o que levou a um conflito com a vizinha Itália mas ganhou pontos com Strache e com Kurz. Na sua província de Burgenland, a FPÖ e SPÖ governam juntos, a nível regional. Seria um candidato forte para assumir a presidência dos sociais-democratas, se Kern fosse obrigado a afastar-se – embora provavelmente tivesse a oposição da ala mais à esquerda do partido.   

HEINZ-CHRISTIAN STRACHE, Partido da Liberdade, FPÖ

O líder do Partido da Liberdade, de extrema-direita, há mais de uma década, tem uma posição privilegiada nestas eleições, em que pode acabar por ser a peça-chave de uma nova coligação. Este político veterano, que quer muito ser vice-chanceler, elogiou Kern, por se mostrar mais aberto a negociar com a FPÖ e conduziu uma campanha em que mantém todas as opções em aberto: critica a imigração, mas apela também à “justiça social”, um tema central para o centro esquerda.

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Stracher ambiciona ser vice-chanceler Michael Dalder/REUTERS

ALEXANDER VAN DER BELLEN, Presidente

Ex-líder dos Verdes, ganhou uma eleição renhida e a sua repetição (devido a irregularidades) contra o FPÖ e disse que faria tudo para evitar que Strache se tornasse chanceler. Voltou entretanto atrás, dizendo que apenas queria que o Governo fosse pró-Europeu. Como chefe de Estado tem o poder de demitir e nomear governos, e no passado os Presidentes desempenharam um papel crucial na formação de coligações.

 

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