Condecorações póstumas, as preferidas de Mário Soares

Antigo Presidente da República foi de longe o que mais condecorações atribuiu a título póstumo.

Foto
Mário Soares numa imagem de 2007 Carlos Lopes (arquivo)

Foi Ramalho Eanes quem disse à autora do estudo, em Julho de 2017, que "quando a condecoração é atribuída a um homem que faleceu, o juízo é definitivo, ele não poderá ter atitudes que contradigam aquilo foi a sua acção em vida. Eanes afirmou-o, mesmo sabendo que não foi o Presidente que mais condecorações atribuiu a título póstumo — o campeão foi Mário Soares, que em cada 100 distinções, 40,4 eram feitas post mortem (com Eanes eram 29,4, com Sampaio 12,9 e com Cavaco 4,5).

Até ao momento, Marcelo condecorou pelo menos seis pessoas depois de terem morrido: Miguel Portas (no dia do seu aniversário, cinco anos após a morte), Salgueiro Maia (o homem do tanque da liberdade), Francisco Sá Carneiro (o antigo e emblemático líder do PPD/PSD e ex-chefe do Governo), Barbosa de Melo (antigo presidente do Parlamento), Maria de Lourdes Pintasilgo (antiga primeira-ministra) e D. Manuel Martins (o primeiro bispo da diocese de Setúbal). As duas últimas foram recentes e aconteceram no dia em que se cumpriram 107 anos desde a Implantação da República, no passado dia 5 de Outubro. Nesse dia também foi agraciado com o mesmo prémio o cientista social António Barreto, mas em vida.

No caso de D. Manuel Martins, o bispo recentemente falecido já havia sido distinguido com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Foi em 2007, um ano depois de Aníbal Cavaco Silva ter chegado a Belém. A mesma condecoração valeu a Maria de Lurdes Pintasilgo uma homenagem em 1981 por parte do então Presidente Ramalho Eanes. Mas a antiga chefe do governo ainda recebeu outra: a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 1994, no segundo mandato presidencial de Mário Soares.

Sugerir correcção
Comentar