Pedro Duarte também está fora da corrida à liderança

Antigo líder da JSD diz que o "partido tem de se recentrar" porque "nunca foi de direita". E encontra vantagens na realização de um congresso programático antes das eleições directas para a escolha do novo presidente do partido.

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Pedro Duarte apela a que o PSD faça uma "reflexão profunda" sobre os dois últimos anos Nelson Garrido

O ex-director de campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa e antigo-líder da JSD, Pedro Duarte, anunciou neste sábado que também está fora da corrida à liderança social-democrata e defendeu que “é preciso recentrar o PSD porque o partido virou à direita com Pedro Passos Coelho”.

“É preciso recentrar o PSD não por razões tácticas de cativar o eleitorado, mas porque o PSD nunca foi um partido de direita. O PSD tem de ficar mais no centro”, afirmou, sublinhando que “com Pedro Passos Coelho na liderança o partido virou à direita”.

Em declarações ao PÚBLICO, Pedro Duarte reafirmou que não vai disputar a liderança do PSD, vincando que nunca foi sua intenção avançar com uma candidatura, e defendeu a realização de um congresso programático antes da realização das eleições directas para a escolha do futuro presidente dos sociais-democratas.

Com Pedro Passos Coelho fora da corrida, o social-democrata, que liderou a candidatura do partido à Assembleia Municipal do Porto nas recentes eleições autárquicas, entende que o partido deveria fazer uma “reflexão profunda sobre os dois últimos anos de liderança do PSD”.

"Espero que as pessoas não metam a cabeça na areia e que reflictam sobre o que aconteceu ao longo destes dois anos", sustentou.

O social-democrata criticou ainda a “velocidade” a que está a decorrer o processo para a escolha do próximo líder, considerando-a "prejudicial ao partido”. Na sua opinião, o PSD devia concentrar-se nas políticas antes de defender rostos.

Na terça-feira, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou que não se iria recandidatar a um novo mandato à frente dos sociais-democratas, na sequência dos resultados alcançados pelo partido nas autárquicas e por considerar que, se ficasse, correria o risco de "parecer agarrado ao poder" internamente.

Nas autárquicas de domingo, o PSD perdeu oito presidências de câmaras municipais face a 2013, ano em que tinha registado o seu pior resultado, ficando agora com 98 (79 sozinho e 19 em coligação). Em termos de votação nacional, o PSD obteve, sozinho, 16,08%, dos votos, uma percentagem ligeiramente abaixo dos 16,70% de há quatro anos.

Até agora, não existe nenhuma candidatura anunciada à liderança do PSD. Rui Rio, ex-presidente da Câmara do Porto, vem manifestando a intenção de avançar, o que deverá concretizar-se na próxima semana, depois de o Conselho Nacional do partido de segunda-feira à noite marcar a data das eleições directas.

Por razões diferentes, Luís Montenegro e Paulo Rangel desistiram esta semana de protagonizarem candidaturas às eleições directas que vão escolher o próximo presidente dos sociais-democratas.

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