Desolado com o desaire eleitoral do PSD nas eleições autárquicas do último domingo, Rui Rio pôs-se em campo, logo no dia 2 de Outubro, para ser o próximo líder do partido. A edição desta semana da revista Visão avança os planos do ex-autarca, faz a lista de "quem o apoia e com quem negoceia", diz que Rio vai lançar um site no dia do anúncio da sua candidatura (algures na próxima semana) e acrescenta que o pré-candidato já terá garantido 60% dos apoios.

"Mesmo sabendo que as coisas não estão bem, um tipo fica mesmo triste com isto. Afinal é o meu partido", desabafou Rui Rio à Visão, no seu gabinete da Boyden, a multinacional em que trabalha. "As próximas eleições internas do PSD têm de reflectir a vontade de mudança dos portugueses", acrescentou logo na manhã seguinte às autárquicas, deixando-se fotografar com os jornais do dia - incluindo o PÚBLICO, com a palavra "derrocada" no título.

Durante essa manhã, que a revista descreve como agitada, o telefone de Rio não parou. "Históricos do partido queriam falar-lhe e Rio acelerava os afazeres para viajar até Lisboa, onde o esperava uma reunião profissional há muito agendada, embora a permanência na capital incluísse um encontro alargado em Azeitão com o baronato do partido para tomar o pulso ao momento actual", escreve o jornalista Miguel Carvalho.

O antigo autarca não dá muitos pormenores sobre a forma como vai fazer o anúncio da sua candidatura. Será dentro de dias, a partir do Porto, e acompanhada pelo lançamento de uma página na Internet. Uma coisa fica clara: só uma vitória do PSD o faria recuar. Os três possíveis adversários que vê no seu caminho - Pedro Duarte, Marco António Costa e Paulo Rangel - não lhe causam hesitações.