Risco iminente de falta de água devido a problemas na Barragem de Fagilde em Viseu

Face às previsões meteorológicas previstas para os próximos meses, a quantidade de água armazenada nas albufeiras deverá continuar "abaixo dos valores médios” em Dezembro, referiu o secretário de Estado do Ambiente.

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Rui Gaudêncio

O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, admitiu esta segunda-feira o risco iminente de escassez de água nos concelhos servidos pela Barragem de Fagilde, no distrito de Viseu, se continuar a não chover.

Em declarações aos jornalistas, Carlos Martins realçou como "nota de preocupação" a situação na Barragem de Fagilde, que assegura parte do abastecimento de água aos concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.

"Deveremos estar na iminência de vir a ter problemas de escassez [de água] relativamente significativos se não houver precipitação", assumiu, no final de uma reunião da Comissão de Gestão de Albufeiras, que decorreu na Agência Portuguesa do Ambiente, na Amadora.

"Estamos em condições de poder antecipar daqui por um mês uma situação de alguma criticidade na Barragem de Fagilde", vincou.

A próxima reunião da Comissão de Gestão de Albufeiras será realizada, dentro de duas semanas, na Administração da Região Hidrográfica do Centro para "ver que medidas podem ser tomadas para tentar minimizar os problemas"

As previsões meteorológicas apontam em Outubro, segundo o secretário de Estado, para temperaturas acima dos valores médios e quantidade de chuva abaixo da média, fazendo antever que, até Dezembro, a quantidade de água armazenada nas albufeiras continue "abaixo dos valores médios".

Carlos Martins assinalou que, se não fosse a Barragem do Alqueva, no Alentejo, Portugal estaria "numa situação drástica", sem poder "minimizar os efeitos da seca".

Perante o cenário previsto até Dezembro, será lançada na comunicação social uma campanha de sensibilização para o "uso parcimonioso" da água, adiantou, sublinhando que as zonas "mais críticas" continuam a ser o interior do Alentejo, em termos de consumo doméstico, e a bacia do Sado, ao nível da captação para fins agrícolas.

De acordo com os dados mais recentes, divulgados esta segunda-feira, a quantidade de água armazenada em Setembro voltou a descer em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental monitorizadas.

Em Setembro, a bacia do rio Sado apresentava um armazenamento de água de 18,2 por cento, contra uma média de 42,6 por cento (para o mesmo mês, tendo como referência o período de 1990/91 a 2015/16).

A seca já levou o Governo a decretar apoios excepcionais aos agricultores para captação de água, nomeadamente nos distritos alentejanos de Évora, Beja e Portalegre e nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém, que são banhados pelo Sado.

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