Jerónimo dramatiza necessidade de se votar na CDU

Líder do PCP insiste no argumento de que, com mais votos, o partido conseguirá exigir mais dos socialistas e do Governo.

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Adriano Miranda
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Numa região fustigada pelo desemprego e pela precariedade laboral decorrente da crise e da austeridade, Jerónimo de Sousa fechou nesta segunda-feira a última ida ao Norte, a apelar ao voto para ajudar o PCP a “ganhar força” para exigir ao PS mudanças na lei laboral, especialmente no combate à precariedade, na reposição do subsídio de desemprego por inteiro e no aumento do salário mínimo nacional.

O secretário-geral do PCP tem vindo a dramatizar o apelo ao voto na CDU como forma de obrigar os socialistas a aprovarem medidas comunistas que não constavam do programa eleitoral do PS em 2015 nem do programa de Governo, como é o caso do aumento extraordinário de dez euros nas reformas que entrou em vigor, de forma adequada ao calendário eleitoral, em Agosto. Jerónimo de Sousa tem usado esta argumentação em quase toda a campanha. E voltou esta segunda-feira fazê-lo, de forma mais assertiva, na arruada no Porto – entre a estação de São Bento (junto à icónico estátua do ardina) e a mais capitalista Rua de Santa Catarina – mas também em Fânzeres (Gondomar) e à noite em Braga.

Jerónimo de Sousa foi ao Porto dar uma ajudinha a Ilda Figueiredo, antiga eurodeputada e actual vereadora sem pelouro na Câmara de Viana do Castelo, que na rua foi reconhecida, beijocada e até recebeu trabalho de casa. Armando Teixeira da Silva gostou do que lhe ouviu nos debates na televisão sobre a habitação e os preços das rendas das casas da câmara. Pegou na carta que recebeu da Domus Social em Março, tirou uma cópia e foi entregá-la à candidata na Rua de Santa Catarina.

As contas são fáceis de fazer, mas difíceis, muito difíceis de entender. Recebe 280 euros de reforma por invalidez; até Março passado pagava 28,49 euros de renda mensal, o recálculo com a lei das rendas fê-la subir em Abril para 72, 23 euros e o aviso já lá vinha: em Abril de 2018 vai chegar aos 101,39 euros. A casa está em boas condições, diga-se a verdade. "Não consigo pagar isto. Como?!? Eu tive um aumento de quatro euros. Como é que a renda aumenta mais de 70?!?", lamentou-se ao PÚBLICO.

Ao discursar no meio da rua, Ilda havia de pegar neste exemplo para apontar o dedo à gestão do município: “Rui Moreira, o PS através de Manuel Pizarro, e até o PSD, nenhum deles pode dizer que não teve responsabilidades. Todos eles foram responsáveis pela não resolução dos problemas" da cidade do Porto, como a “fuga da população, que está a ser empurrada para fora da cidade”, as falhas nos serviços municipais, os problemas de trânsito e de estacionamento.

A rematar, Jerónimo de Sousa haveria de lançar o mote do que diria em Fânzeres: os militantes e apoiantes não se podem “deslumbrar pelas aparências” de que a CDU já tem os votos de que precisa. “No domingo, que ninguém fique em casa!”, haveria de insistir, sob a bênção do relógio da torre da igreja, em Fânzeres, freguesia de gestão comunista herdada na fusão com a freguesia mineira de S. Pedro da Cova, cujo presidente vai agora bater-se com o outro presidente que “está de volta” (Valentim Loureiro), na corrida à Câmara de Gondomar.

E em Braga, onde a CDU lidera duas juntas de freguesia e sonha (embora em 2013 tenha ficado longe) eleger o segundo vereador e recandidata a deputada Carla Cruz à Assembleia Municipal, Jerónimo apostou então nas medidas que enchem o ouvido a quem trabalha e a quem vive da pensão – o PCP colocou na fasquia do OE2018 mais um aumento de dez euros, desta vez para todas as pensões.

Nesta terça-feira, a CDU andará pelos distritos bem mais avermelhados de Beja e Évora.

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