“Não tem sentido nenhum algumas das coisas que acontecem na praxe”

Em quatro anos como reitor, Cruz Serra recebeu apenas uma queixa abusos na praxe. O caso acabou arquivado. Ainda assim, diz “não ter ilusões” de que há situações inadequadas a acontecer com os 7500 novos alunos que todos os anos chegam à Universidade de Lisboa.

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Nuno Ferreira Santos

A sua cerimónia de tomada de posse é seguida pelas boas vindas aos novos alunos. Como é que a Universidade de Lisboa (UL) vai recebê-los?
Este é um grande momento porque vamos mudar o formato da cerimónia de recepção dos novos alunos. Achamos que temos que trazer os alunos para a Aula Magna e para a Alameda da Universidade, para se integrarem na universidade e celebrá-la. Vai haver muitas coisas a acontecer, desde actividades radicais até a uma festa, organizada pelas associações de estudantes em conjunto com a UL.

Também foi uma resposta ao desafio do ministro para se criarem alternativas à praxe?
É uma vontade de termos os alunos mais próximos da universidade, com mais sentido de pertença. Também é nossa obrigação combater as práticas degradantes da praxe.

Nestes quatro anos teve problemas com praxes?
Não tive nenhum problema dramático com a praxe. Abro imediatamente um processo disciplinar se aparecer alguma queixa.

Abriu algum nestes quatro anos?
Abri um inquérito que tinha a ver com um assunto que era anterior a estes quatro anos. Acabou arquivado, porque o autor da denúncia no seu testemunho não manteve as acusações iniciais, que não incidiam sobre pessoas em concreto.

Houve mais alguma situação?
Não houve nenhuma situação grave que nos tenha chegado. Não tenho ilusões que tem que ter havido uma ou outra situação menos adequada. Todos os actores do sistema têm que se pronunciar sobre a praxe e quem se porta mal tem que ter penalização. Numa sociedade que tem os valores da nossa, não tem sentido nenhum algumas das coisas que acontecem na praxe.

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