PSD admite nova comissão de inquérito sobre recapitalização da CGD

O Supremo Tribunal de Justiça deixou cair o processo que obrigava a CGD e os reguladores a entregarem documentos ao Parlamento.

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Miguel Manso

O deputado do PSD José de Matos Correia afirmou hoje "manter em aberto" todos os instrumentos jurídicos e políticos para apurar "a verdade" sobre o processo de recapitalização da CGD, incluindo uma nova comissão de inquérito.

"Quando digo que qualquer dos instrumentos ao nosso dispor pode ser equacionado, evidentemente a comissão de inquérito é um deles", afirmou o deputado, em declarações à agência Lusa, no parlamento.

O Supremo Tribunal de Justiça decidiu extinguir o processo que obrigava a CGD e os reguladores a levantar o sigilo bancário, por ter sido encerrada a comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público.

Isto significa que o banco público e os reguladores não terão de entregar os documentos solicitados pelos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao banco público, uma vez que a mesma já não existe.

Para o PSD, o desfecho deste processo "não surpreende" e significa que "se perdeu uma excelente oportunidade, uma oportunidade única, para se saber verdadeiramente o que aconteceu na CGD".

"O que aconteceu foi que os partidos da `geringonça´ tiveram o que queriam. O Partido Socialista e os seus apoiantes nunca quiseram que se soubesse a verdade relativamente ao que se passou na CGD e utilizaram todos os expedientes para que essa verdade não se soubesse", criticou.

O vice-presidente da Assembleia da República lamentou que se tenha perdido a oportunidade para "para ter acesso a esses documentos" e também para "marcar uma posição para o futuro noutras circunstâncias em que o trabalho destas comissões seja posto em causa".

O PSD, acrescentou, "continua a manter em aberto todas as possibilidades de atuação no plano político para que se saiba a verdade do que se passou na CGD".

"Não fechamos nenhuma porta. Qualquer instrumento ou solução a que tenhamos acesso do ponto de vista jurídico, legal e do ponto de vista político, neste momento não descartamos a hipótese de recorrer a qualquer uma delas porque achamos que é uma vergonha para a democracia portuguesa que isto tenha acontecido", reiterou.

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