Milhares de enfermeiros concentram-se frente ao Parlamento

Protesto no último dos cinco dias de greve.

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Adriano Miranda

Vários milhares de enfermeiros estão concentrados desde as 16h junto à Assembleia da República, num protesto ruidoso que se segue a uma manifestação por várias ruas de Lisboa.

“Basta!”, “Sem medo!” e “Os enfermeiros estão em luta!” são algumas das palavras de ordem mais gritadas pelos manifestantes que enchem o largo e as ruas envolventes ao edifício do parlamento.

Vestidos com t-shirts pretas, muitos dos enfermeiros exibem flores brancas e balões negros e alguns cartazes com palavras de ordem onde se pode ler também “Respeito!” e “#Não sejas Adalberto!”.

A concentração dos enfermeiros começou cerca das 12h em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, onde se juntaram mais de três mil profissionais. Os sindicatos esperavam uma subida deste número à tarde, já que outros colegas se iriam dirigir directamente ao parlamento.

A manifestação dos enfermeiros obrigou ao corte da Avenida da Índia nos dois sentidos, havendo também restrições no trânsito na Calçada da Estrela e na Rua de S. Bento.

A Ordem dos Enfermeiros vai chamar os vários sindicatos que representam os profissionais para uma reunião onde se “sentem à mesa e conversem”, disse nesta sexta-feira a bastonária durante o protesto que decorre em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas durante a concentração em Lisboa, Ana Rita Cavaco afirmou que as manifestações de descontentamento dos profissionais tiveram um pré-aviso de um ano e meio.

“Há um ano e meio que avisámos que os enfermeiros se estavam a organizar sozinhos”, declarou, considerando que a ação de hoje é o maior protesto de sempre do pessoal de enfermagem.

Os enfermeiros cumprem hoje o último de cinco dias de greve nacional, sendo que, durante os quatro primeiros dias de paralisação, a adesão dos profissionais rondou valores entre os 80% e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou a protesto em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.

Várias cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas foram canceladas.

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respectivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

 

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