Mais de quatro mil caloiros recebidos na Universidade do Porto

Esta quinta-feira, o reitor da Universidade do Porto deu as boas-vindas a 4185 novos alunos. Para eles, há visitas grátis durante o resto da semana a locais emblemáticos da cidade como os Clérigos, o Centro Português da Fotografia ou o Estádio do Dragão.

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Universidade do Porto recebe mais de quatro mil novos alunos este ano. Sem contar estão ainda os alunos de mobilidade, uma vez que só é possível fazer a contagem no segundo semestre. Diogo Baptista

“Parabéns. Bem-vindos à universidade”, felicitava um estudante com um ‘U’ em cartão, enquanto uma colega tirava uma fotografia a grupos de recém universitários com a letra. Um pouco mais à frente, uma parede de escalada. Em cima do palco, a banda de Jazz da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto a tocar. Foi assim que a Universidade do Porto (UP) deu as boas-vindas a mais de quatro mil estudantes, que ingressam este ano no Ensino Superior ou que chegaram ao Porto num programa de mobilidade.

Nuno Oliveira foi, desses mais de quatro mil, o que entrou com uma média mais alta. 198.8. Escapou-lhe meia décima no exame de matemática para atingir o 20. Com 17 anos e vindo de São João da Madeira, o recém-matriculado da UP escolheu o curso de Bioengenharia. “Tenho um grande interesse em química, mas gostava de mais coisas. Então escolhi Bioengenharia por ser o que engloba tudo”, explica Nuno Oliveira, admitindo que ainda ponderou bioquímica, mas medicina não. Agora, espera-lhe um curso com mestrado integrado de cinco anos. “Estou à espera de estudar coisas que me interessem. Sei que vou trabalhar mais do que no secundário”, afirma. Sobre o futuro, o estudante diz preferir ficar por Portugal, mas não exclui a hipótese de sair.

Teresa Teixeira não olha para o futuro da mesma forma. “Quero passar por um percurso lá fora, mas quero regressar porque acho que há muito potencial em Portugal”, afirma a estudante de 18 anos. Vinda de Braga, Teresa Teixeira vai estudar Engenharia de Gestão Industrial. Entrou com uma média de 198.3. Tal como Nuno Oliveira, também descartou “logo medicina”. “O meu pai é engenheiro e isso puxou por mim. Sempre tive o gosto pela física e pela matemática. Esta engenharia foi a melhor opção”, explica. Apesar de ter tido a hipótese de ficar na Universidade do Minho, a bracarense procura outra experiência. “Optei por sair de casa para crescer. Quero fazer Erasmus e ter contacto com empresas”, assegura.

Confirmando a tendência que se tem vindo a formar ao longo dos últimos anos por todo o país, os candidatos ao Ensino Superior com média mais altas já não concorrem somente a medicina. Na verdade, este ano, os quatro alunos com média mais elevada da UP escolheram engenharias e economia.

Tal como Nuno Oliveira e Teresa Teixeira, milhares de alunos dirigiram-se esta quinta-feira à Praça Gomes Teixeira, em frente ao edifício da Reitoria da UP para ouvir as boas vidas do reitor da Universidade, da presidente da Federação Académica do Porto e do Presidente da Câmara e para levantar os kits de estudante.

Este ano, a UP preencheu na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior as 4 85 vagas disponíveis. Segundo o reitor, “35 dos 52 cursos da Universidade do Porto lideraram a sua respectiva área de estudo, apresentando as médias mínimas de entrada mais elevadas do país”.

Apelo ao bom senso e tolerância nas práticas académicas

Durante o discurso de recepção aos alunos, Sebastião Feyo de Azevedo, reitor da UP, apelou ao “bom senso, tolerância e contenção dos estudantes na celebração das suas tradições académicas”. O reitor referiu que as praxes não podem ser realizadas dentro das instalações universitárias e que “ninguém será prejudicado por recusar participar nessas actividades”. “É com vocês aproveitarem as actividades que vos são proporcionadas, para se integrarem de facto na cidade e na comunidade académica, mas com respeito pelos valores humanos”, afirmou.

Nuno Oliveira e Teresa Teixeira vão participar na praxe. “Vou experimentar. Se não gostar saio”, considerou Nuno Oliveira. Já Teresa Teixeira acredita que é um “óptimo modo de integração”. O retrato negativo que se faz da praxe não a assusta. “Se fizerem algo abusivo, não me vou deixar ficar”, garante.

Para além de se dirigir aos novos alunos, o reitor da UP não se esqueceu de proferir umas palavras em inglês para os mais recentes alunos estrangeiros. É o caso de Jacek Niemaszyk, polaco de 23 anos, que veio estudar Psicologia para a UP por um ano. “Quando decidi fazer Erasmus comecei por procurar para onde podia ir. Pensei em Berlim até descobrir que podia vir para o Porto”, explica, relembrando a viagem que fez no ano passado pela costa portuguesa, que o fez apaixonar-se pelo país, pela cidade e pelas pessoas. 

Texto editado por Ana Fernandes

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