Sorria, está na hora de pagar

Gigante chinesa Alibaba está a testar um sistema de reconhecimento facial em restaurantes de fast-food.

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O sistema sabe se o tentam enganar com fotografias Reuters/CHINA STRINGER NETWORK

Na cidade chinesa de Hangzhou, na China, deixar a carteira em casa deixa de ser um problema, pelo menos, para comer frango frito. A empresa de comércio online Alibaba juntou-se à cadeia de restauração KFC para testar um sistema de pagamento com sorrisos (chamado “Smile to Pay” em inglês). O serviço permite aos clientes registados na plataforma de pagamento da Alibaba autorizarem o pagamento sorrindo para os ecrãs de pré-venda, que passaram a incorporar câmaras com reconhecimento facial.

O projecto foi apresentado há dois anos na IFA, a feira tecnológica de Berlim. Porém, na altura a ideia era autorizar o pagamento com uma selfie. Desde então o conceito evoluiu bastante. Contrariamente a outros sistemas de pagamento digital, o “Smile to Pay” não requer a utilização do smartphone, dependendo apenas da análise das características faciais dos clientes (porém, em caso de dúvida, a máquina envia um código de verificação para o telemóvel).

A tecnologia utilizada faz parte do Face ++, um programa desenvolvido pela startup Megvii que a Alibaba comprou. A empresa acrescenta que o algoritmo utilizado pelo programa analisa as sombras para ver se imagem que é apresentada à câmara se trata de uma pessoa real ou de um vídeo ou fotografia. Embora o objectivo do Smile to Pay é ser conveniente para os novos clientes, a segurança está no centro da tecnologia”, diz Jidong Chen, o director da tecnologia de identificação biométrica utilizado na plataforma, em comunicado.

Os restaurantes da KFC foram escolhidos para testar a tecnologia por serem parte do grupo Yum China, uma empresa em que a Alibaba tem acções, e que detém várias cadeias de fast food na China (incluindo, o McDonalds). O objectivo é atrair consumidores mais jovens às lojas.

O potencial do reconhecimento facial vai além de angariar clientes para refeições e já há muitas empresas a explorar outras aplicações. Há anos que o Facebook usa a tecnologia para identificar os amigos dos utilizadores em fotografias, e em Portugal a Vision Box (uma empresa que se especializa em soluções electrónicas de identificação) desenvolve soluções de portões de embarque que usam reconhecimento facial, uma tecnologia que a Europa quer adoptar para controlar a imigração. E as empresas de viagem norte-americanas Delta e Jetblue também começaram a testar sistemas de reconhecimento facial em viagens de avião (em vez dos tradicionais cartões de embarque).

Na China, a plataforma de pagamento da Alibaba também utiliza o reconhecimento facial (via selfie) para os utilizadores acederem às suas carteiras virtuais. Em Agosto, as autoridades da cidade de Qingdao utilizaram a tecnologia para registar as caras dos visitantes do Festival Internacional de Cerveja e passá-las pela base de dados nacional da polícia para identificar antigos criminosos (alguns foram detidos mais tarde, por posse de drogas ou furtos durante o evento).

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