Trump dá seis meses ao Congresso para encontrar alternativa para os “dreamers

A decisão do Presidente dos EUA para os filhos de imigrantes ilegais deverá ser formalmente anunciada esta terça-feira.

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As vozes que se erguem contra o fim do programa têm ocupado as ruas com manifestações LUSA/PAUL BUCK

O Presidente norte-americano decidiu descartar o programa que protege pessoas levadas para os EUA de forma ilegal enquanto eram crianças ou de filhos de imigrantes ilegais que nascem em território norte-americano. No entanto, Donald Trump vai conceder seis meses ao Congresso para que encontre uma alternativa legislativa. A notícia é avançada esta segunda-feira e deverá ser oficialmente anunciada esta terça-feira, escreve o Guardian.

Os seis meses concedidos ao Congresso por Trump permitem adiar esta discussão, numa altura em que o país assiste a um escalar de tensões com a Coreia do Norte e tenta recuperar do furacão Harvey, que matou pelo menos 40 pessoas e afectou mais de um milhão de norte-americanos.

O DACA (“Deferred Action for Childhood Arrivals”) protege da deportação cerca de 800 mil jovens imigrantes ilegais — os “dreamers” (sonhadores, em português) — e abre portas à sua legalização, através de autorização de trabalho e número de segurança social, por exemplo. A maioria dos “dreamers” chegou aos EUA com origem no México e na restante América Latina. Actualmente, o grupo abrangido pelo programa pode estudar e ir para a universidade, trabalhar de forma legal, visitar o país de origem e ter carta de condução.

O programa remonta à Administração Obama e foi lançado em 2012. Acabar com ele era uma das promessas eleitorais de Trump.

No entanto, o fim do programa não é uma decisão consensual, nem mesmo do lado dos republicanos. Paul Ryan e o senador republicano Orrin Hatch são alguns dos nomes do partido que se juntam a um grupo de congressistas que se posiciona contra o fim do programa.

Os defensores do DACA sublinham que as pessoas por ele abrangidas – num universo de cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais – estão integrados na sociedade norte-americana e não têm uma relação com o seu país de origem. Cerca de 97% dos “dreamers” estão ou a estudar ou a trabalhar, de acordo com os números citados pela New Yorker. Por outro lado, quem defende o fim do programa de Obama argumenta que as pessoas abrangidas por ele estão a “tirar emprego aos cidadãos dos Estados Unidos”.

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