Open dos EUA: Zverev, sim, mas o outro

Aos 30 anos, Mischa já garantiu um lugar na segunda semana do último torneio do Grand Slam da temporada.

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Reuters/Geoff Burke

Quando entrou no Arthur Ashe Stadium, na noite de sexta-feira, o norte-americano John Isner era o tenista com melhor ranking na parte inferior do quadro masculino do Open dos EUA. Ou seja, um grande candidato a chegar à final do último torneio do Grand Slam da época. Mas a tendência repetiu-se: pela sétima vez em 11 participações, Isner voltou a não passar da terceira ronda do “seu” Open. E, aos 30 anos, Mischa Zverev, inspirado pelo seu irmão Alexander, o recém top 10 precocemente eliminado, volta a atingir a segunda semana de um major.

A pressão abateu-se sobre os ombros do norte-americano de 2,08m e nem o apoio do público o impediu de cometer 41 erros não forçados, dos quais sete duplas faltas — e apenas 11 ases. Mischa (27.º do ranking), que, em Janeiro, chegou aos quartos-de-final do Open da Austrália, voltou a impor o seu ténis atacante, subiu 57 vezes à rede e não sofreu qualquer break para derrotar Isner (15.º), pelos parciais de 6-4, 6-3 e 7-6 (7/5). No open australiano, Zverev vencera Isner em cinco sets, antes de eliminar Andy Murray e perder com Roger Federer.

“O quadro está diferente do da Austrália, mas não estou muito preocupado porque são todos adversários difíceis. Fiz um grande encontro, mas nunca se sabe o que vai acontecer dentro de dois dias”, afirmou Zverev, autor de somente sete erros não forçados. “Tenho idade suficiente para perceber que posso ganhar em três sets ao John, que é o cabeça de série n.º10, mas mal venci a primeira ronda. Estive a perder por dois sets a um, com um break de desvantagem no quarto e o tipo era 600.º”, recordou o alemão, 10 anos mais velho que o irmão Alexander. “Esperava que fosse ele a estar aqui”, admitiu.

O próximo adversário de Mischa é também norte-americano: Sam Querrey (21.º) é o único dos sobreviventes da parte de baixo do quadro que já esteve numa meia-final do Grand Slam — há menos de dois meses, em Wimbledon, onde eliminou Murray. Na sexta-feira, venceu o moldavo Radu Albot (138.º), por 4-6, 6-2, 6-4 e 6-4.

Dominic Thiem (8.º), um dos três top 10 ainda em prova, viu o esquerdino francês Adrian Mannarino (34.º) servir a 5-4, mas reagiu a tempo para ganhar, por 7-5, 6-3 e 6-4. Nos oitavos-de-final, estão também Alexandr Dolgopolov (64.º) e Philipp Kohlschreiber (37.º), um dos prováveis elementos da selecção alemã que irá estar no Jamor, para o play-off da Taça Davis.

Na prova feminina, a líder do ranking, Karolina Pliskova, esteve a um ponto da eliminação, quando a chinesa Zhang Shuai (26.ª) serviu a 6-3, 5-4. Mas uma forte direita anulou o match-point e a checa tomou o ascendente do encontro para vencer por 3-6, 7-5 e 6-4.

Por seu lado, Maria Sharapova continua a avançar no quadro feminino e, na noite de sexta-feira, afastou a norte-americana Sofia Kenin (139.ª). A wild-card ainda recuperou de 1-4 no set inicial, mas a ex-número um e campeã do Open em 2006 acabou por impor-se, por 7-5, 6-2.

Sharapova vai agora discutir um lugar nos quartos-de-final com Anastasija Sevastova, campeã do Estoril Open de 2010, antes de abandonar dois anos mais tarde, deprimida pelas constantes lesões.

A letã regressou em 2015, com a motivação renovada e, já neste ano, conquistou o seu segundo título no WTA Tour e subiu ao 17.º lugar do ranking.

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