Eleições no Quénia são as mais caras de África

Gastos eleitorais dispararam, mas não impediram a fraude.

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Mulheres maasai fazem fila para votar DAI KUROKAWA/EPA

Convocar novas eleições no Quénia significa gastar uma nova fortuna. As de 8 de Agosto foram orçamentadas em Julho cerca de mil milhões de dólares (834 milhões de euros), o que as tornaria nas mais caras per capita do continente africano.

Estes números foram avançados num relatório oficial do Ministério das Finanças do Quénia (citado pelo site Quartz), que permitia concluir que as eleições custariam 25,40 dólares por cada um dos 19,6 milhões de eleitores. O país investiu num sofisticado sistema de identificação dos eleitores e contagem electrónica de votos - que não impediu a fraude eleitoral.

As contas incluíam o orçamento da comissão eleitoral (413,2 milhões de dólares) para contratar pessoal, produzir materiais eleitorais, fazer campanhas de educação política dos eleitores e recolher e transmitir os resultados da votação – o processo cuja fiabilidade foi posto em causa pelo Supremo Tribunal, que esta sexta-feira anulou a votação e mandou repeti-las.

Alguma verba foi também destinada para a segurança em locais onde se esperava que poderia haver violência relacionada com o processo eleitoral.

Mas os próprios candidatos, que também são apoiados pelo Estado, tornaram-se campeões em gastos eleitorais. O uso de helicópteros, por exemplo, tornou-se corriqueiro para actos de campanha em cidades longínquas e zonas rurais. Para um candidato se tornar governador, estima-se que seja necessário um gasto de pelo menos seis milhões de dólares. Para uma campanha presidencial bem-sucedida são necessários pelo menos menos 50 milhões de dólares.  

Isto é muito mais do que o custo total das eleições no Ruanda (6,5 milhões de dólares, que ficaram a menos de um dólar por eleitor). A Tanzânia, um país com mais habitantes que o Quénia, gastou menos 300 milhões de dólares nas eleições de 2015. 

 

 

 

 

 

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