Ordem dos Enfermeiros diz que segurança dos doentes está em risco e apela ao Presidente da República

Numa carta aberta enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros alerta que se vivem "tempos de emergência" e que "aumenta de dia para dia" o risco do Serviço Nacional de Saúde colapsa.

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"A sua intervenção é, neste momento, a salvaguarda do SNS e da vida dos portugueses", escreveu Ana Rita Cavaco num carta aberta ao Presidente da República Enric Vives-Rubio

 A Ordem dos Enfermeiros apelou esta terça-feira à "intervenção urgente" do Presidente da República "face à recusa do Governo de negociar a carreira de enfermagem" e ao crescente número de profissionais disponíveis para abandonarem os serviços.

Numa carta aberta enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, a bastonária dos Enfermeiros alerta que se vivem "tempos de emergência", que "aumenta de dia para dia" o risco do Serviço Nacional de Saúde colapsar e que os serviços "não cumprem o número mínimo de enfermeiros para manter as pessoas em segurança e garantir a qualidade dos cuidados prestados".

"Recuso baixar os braços e aceitar este bloqueio em silêncio. Por isso, sem mais a quem recorrer, deixo-lhe um apelo sincero: recuse também. A sua intervenção é, neste momento, a salvaguarda do SNS e da vida dos portugueses", escreve Ana Rita Cavaco.

A bastonária sublinha que os enfermeiros estão exaustos, não têm carreira profissional, levam para casa menos de mil euros por mês, tanto os generalistas como e especialistas, trabalhando 35 ou 50 horas por semana.

"Todos os dias estão a chegar à Ordem relatos de enfermeiros que manifestam intenção de escolher um dia para abandonar os serviços dos hospitais e centros de saúde", avisa.

Os enfermeiros especialistas de saúde materna e obstetrícia estão em protesto desde a semana passada, não cumprindo as funções especializadas pelas quais ainda não são pagos.

Este protesto seguiu-se a um outro, nos mesmos moldes, ocorrido em Julho, e que foi interrompido para negociações com o Governo.

Os profissionais adiantam ainda que muitos serviços de saúde materna e obstetrícia estão a funcionar com cerca de metade dos enfermeiros que deviam ter em funções.
 

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