Enfermeiros especialistas acusam ministro da Saúde de desonestidade

Grupo queixa-se de ameaças por parte dos conselhos de administração dos hospitais.

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Parecer pedido pelo ministro da Saúde considera ilegítimos os protestos dos enfermeiros fau fabio augusto

Os enfermeiros especialistas queixam-se de ameaças por parte dos conselhos de administração dos hospitais e acusam o ministro da Saúde de desonestidade e de ter enganado os profissionais.

Os enfermeiros especialistas de saúde materna e obstetrícia estão em protesto desde a semana passada, não cumprindo as funções especializadas pelas quais ainda não são pagos. O protesto seguiu-se a outro, nos mesmos moldes, ocorrido em Julho, e que foi interrompido para negociações com o Governo.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, o movimento que representa estes enfermeiros diz que vai pedir a intervenção directa do primeiro-ministro e do Presidente da República, dado que considera que está a ser negado aos cidadãos "o acesso a cuidados de saúde com garantia de segurança".

Os profissionais dizem ainda que se têm sentido "ameaçados e coagidos pelos conselhos de administração": "Reuniões frequentes servem para abordar hipoteticamente processos disciplinares, despedimentos e marcação de faltas injustificadas. Efectivam-se transferências de enfermeiros envolvidos no protesto."

Um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, pedido pelo ministro da Saúde, veio considerar ilegítima esta forma de protesto dos enfermeiros, adiantando que podem ser responsabilizados disciplinarmente.

No comunicado, os enfermeiros especialistas afirmam que o ministro "enganou os enfermeiros" e que usou "de uma tremenda desonestidade" para terminar com a primeira fase do protesto, nada fazendo para resolver os problemas.

Os profissionais adiantam ainda que muitos serviços de saúde materna e obstetrícia estão a funcionar com cerca de metade dos enfermeiros que deviam ter em funções.

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