Porto e Gaia tranquilos com segurança para o Red Bull Air Race

Foi apresentado nesta terça-feira o plano de segurança para a prova. Rui Moreira garantiu que “foram tomadas todas as medidas necessárias” e autarcas, organização e polícia mostram-se satisfeitos com a estratégia.

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A Red Bull Air Race costuma atrair centenas de milhares de pessoas às duas margens do Douro, durante os dias de treino e provas Nelson Garrido

Plena confiança em todas as entidades que participaram no plano de segurança da Red Bull Air Race. Foi esta a mensagem que saiu reforçada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, na apresentação da estratégia de segurança para o evento que regressa ao Douro nos primeiros três dias de Setembro.

Uma conferência de imprensa que juntou os autarcas e o comandante operacional distrital, Carlos Alves, e Fernando Figueiredo, da organização da prova, serviu de mote para todas as entidades envolvidas na segurança do evento apresentarem o plano de operações. “Um plano que estará sempre sujeito a pequenas alterações e ajustamentos”, adiantou Carlos Alves. Algo que também se aplica aos números avançados pelo comandante — 421 agentes da Protecção Civil envolvidos, para além da PSP e GNR —, que também não são definitivos.

A articulação entre todas as autoridades que vão actuar no terreno recebeu elogios por parte da organização da prova e não deverá fugir muito aos planos de edições anteriores. “É um exemplo, não nacional, mas global de como se faz um evento e como se prepara a segurança de um evento. Desde 2007, que planos similares a este são dados como um exemplo de coordenação entre as entidades em fóruns internacionais de eventos”, revelou Fernando Figueiredo. Ao todo foram mais de 40 entidades ouvidas.

Com os recentes actos terroristas em várias cidades europeias — o último dos quais em Barcelona, na semana passada — ainda frescos na memória, o autarca do Porto lembrou que os ataques têm ocorrido em situações que fogem às características de um evento em larga escala, como a Red Bull Air Race. Sublinhou a confiança que tem nas autoridades e não se quis alongar acerca das diferenças deste plano de segurança, quando comparado com a última corrida a percorrer o rio Douro. Garantiu, no entanto, à população que “foram tomadas todas as medidas necessárias” e que “os municípios não pouparam” recursos municipais.

Sublinhando a confiança que os municípios têm nas autoridades, Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues lembraram que este planeamento não é novo para ambas as câmaras e que a tranquilidade será assegurada. “Posso dizer que em eventos desta natureza nós temos vindo a tomar medidas de prevenção com todas as autoridades competentes que têm sido visíveis por parte da população”, adiantou Rui Moreira, lembrando o S. João, o 10 de Junho e a passagem de ano.

O autarca de Vila Nova de Gaia reforçou a importância da prevenção e aproveitou para lembrar o “conjunto de medidas” que têm vindo a ser encetadas desde o final de Maio, como o barramento de zonas susceptíveis de ameaças. O autarca recordou que haverá também segurança fora das zonas que concentram maiores ajuntamentos, já que “as pessoas vão circular de um lado para o outro”.

Uma das diferenças que esta edição vai apresentar é o facto de a tenda da organização ser 30% menor do que em 2009, numa cedência a um pedido feito pelos municípios. Junta-se a isso a existência de uma zona para pessoas de mobilidade especial no Roseiral, de onde poderão ver o espectáculo.

Greve no metro pode afectar público

O pré-aviso de greve dos agentes de condução da Metro do Porto, que coincide com a data de realização da Red Bull Air Race, foi outra das questões levantadas na conferência de imprensa. Sobre isto, o Presidente da Câmara do Porto foi sucinto, admitindo, que, a acontecer, ela possa causar "alguns constrangimentos à população” e “, eventualmente, reduzir o número de pessoas” no evento.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente do Sindicato dos Maquinistas, Rui Pedro Pinto anunciou que os agentes de condução reivindicam mais efectivos — afirmando que “seriam necessários mais 20 ou 30 agentes” — e “ver salvaguardadas algumas condições de trabalho” no âmbito do contrato com o novo operador que vencer o concurso público para a concessão dao serviço. A Prometro já manifestou disponibilidade para se reunir com os representantes dos trabalhadores. 

Embora a organização não adiante quantas pessoas irão passar pelo evento, que decorrere sobre o rio Douro, entre as pontes da Arrábida e Luiz I, estima-se que passem por ali, nos três dias de treinos e provas, centenas de milhares de pessoas que se espalham pelas duas margens do rio.

Texto editado por Abel Coentrão

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