A festa que foi cancelada... outra vez

Já no ano passado, as festas foram canceladas devido a uma tragédia: os incêndios registados no Funchal, que provocaram três mortes.

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HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

A grande festa é a 14 de Agosto. A descrição do que se passa nessa noite está no site da câmara do Funchal. “Milhares de pessoas espalham-se pelo o centro da freguesia, onde nada falta, desde as tradicionais ‘espetadas’ de carne de vaca, às bebidas regionais da ilha apropriadas a um arraial como este.” O dia 15 é feriado, a Nossa Senhora do Monte é considerada padroeira da Madeira.

Após a missa, os fiéis acompanham a procissão e pagam as suas promessas. “Por vezes fazem-se acompanhar de grandes círios ou partes do corpo, feitas em cera.”

As festas da Senhora do Monte são sempre ocasião para encontrar amigos e familiares emigrados. "A Romaria de Nossa Senhora do Monte data dos primórdios da colonização da ilha, e é sem dúvida o maior e mais concorrido arraial cristão da Madeira", lê-se na comunicação da junta de freguesia. "No dia 14 de Agosto é realizada a missa de vigília da festa, pelas 21h. Esta missa é dedicada aos romeiros (caminhantes que iam pedir milagres ou agradecer, e que reza a tradição vinham de todas as partes da ilha, percorrendo vários quilómetros a pé). Na noite do dia 14 de Agosto, prolonga-se a festa e a animação (...) No dia seguinte, dia 15 de Agosto, após a missa, que ocorre às 11h, presidida pelo bispo do funchal, um grande número de fiéis acompanham a procissão." Mas este ano a procissão não chegou a sair.

Uma árvore de grande porte caiu em cima de dezenas de pessoas que se aglomeravam no Largo da Fonte, junto ao local onde é tradicional as pessoas comprarem velas e outros objectos em cera. Entre as vítimas mortais está uma criança e quatro estrangeiros de três nacionalidades, alemã, francesa e húngara. O Monte é um dos locais turísticos da zona, conhecido como "a Sintra madeirense" pela sua densa vegetação, os seus jardins e quintas, os tradicionais carros de cesto e a igreja matriz onde está sepultado o imperador austro-húngaro Carlos I.

Já no ano passado, as festas foram cancelada devido a uma tragédia: os incêndios registados no Funchal, que provocaram três mortes, um ferido grave, quase três centenas de casas danificadas e prejuízos materiais avaliados em 157 milhões de euros. Apenas tiveram lugar as celebridades religiosas.

Mas esta tragédia faz ainda lembrar uma outra, ocorrida há sete anos, também no mês de Agosto, quando uma árvore, uma palmeira, na festa comício da rentrée política do PSD na ilha do Porto Santo também caiu sobre a multidão que se aglomerava no centro daquela cidade.

Nesse dia 22 de Agosto de 2010, a queda da palmeira matou uma madeirense de 61 anos que estava de férias. Ficaram também feridos, com gravidade, um casal do continente, mãe e filho, com 44 anos e 25 anos, respectivamente, que tinham chegado nesse dia ao Porto Santo. O jovem acabou por falecer dois meses depois no hospital do Funchal.

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