PCP não vai desistir de pedir fiscalização do diploma dos metadados

No comício de Verão do PCP, em Monte Gordo, Jerónimo de Sousa insistiu para que outras forças políticas acompanhem o PCP neste pedido.

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Jerónimo foi a estrela no tradicional comício de Verão de Monte Gordo LUSA/LUIS FORRA
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O líder comunista voltou a falar sobre metadados LUSA/LUIS FORRA

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje esperar que outras forças políticas o acompanhem no pedido de fiscalização sucessiva do chamado diploma dos metadados, que permite o acesso ao registo de comunicações sem autorização judicial.

O dirigente do PCP esteve hoje em Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, onde participou no habitual comício de Verão que o partido realiza nessa localidade balnear algarvia, e considerou “inaceitável” a promulgação do diploma pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na segunda-feira.

“Trata-se de facto de um diploma que permite a devassa do registo de comunicações de qualquer pessoa, sem mandado judicial. Meterem o bedelho onde não devem. Isto é inaceitável e, por isso mesmo, o PCP já anunciou que tomará a iniciativa para que seja possível a sua fiscalização sucessiva peloTtribunal Constitucional e contamos que outros nos acompanhem”, afirmou Jerónimo de Sousa na sua intervenção.

O secretário-geral comunista criticou também o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, por ter considerado “eleitoralista” o aumento de pensões que será efectivo a partir de Agosto.

“Ouvimos Passos Coelho falar do aumento das pensões de reforma - vem tarde, mas foi oportuno. Acusou este aumento de eleitoralismo. Talvez não seja razão para nos surpreendermos. Isto significa, na leitura do que Passos Coelho afirmou, que com ele no governo ainda continuávamos a cortar, a cortar, e a congelar pensões e reformas, como tinham pensado, designadamente com o corte de 600 milhões de euros na Segurança Social”, disse.

O comunicta elogiou a contribuição do PCP para que este aumento fosse possível, mas frisou que “fica aquém” do desejado pelo partido, que pretendia que o mesmo fosse efectivo desde Janeiro, e anunciou que as reformas e pensões continuarão a ser um objectivo para o ano de 2018.

“A luta pela valorização de rendimentos dos reformados não termina com este aumento extraordinário, o PCP continuará a lutar pelo aumento real de todas as reformas e pensões para 2018, uma necessidade não só para melhorar as condições de vida, como para combater a pobreza entre os idosos”, considerou.

O líder do PCP disse, por isso, que uma “solução que assegure a reforma por inteiro e sem penalizações aos trabalhadores com 40 ou mais anos de descontos” é ”outra batalha a travar e vencer”.

Jerónimo de Sousa falou ainda dos incêndios que assolam o país, disse que medidas de auxílio já estão a ser executadas, mas criticou o PS por ter adiado para Setembro a decisão sobre novas medidas de apoio às populações afectadas.

“Sabemos que algumas medidas avançadas estão no terreno, mas estão aquém do necessário. É preciso mais recursos, mais meios e dar a máxima urgência a este problema, independentemente do que está a ser feito. Não se pode esperar dois meses”, afirmou, garantindo que o PCP não permitirá que, no caso designadamente de Pedrógão Grande, “é preciso continuar a dar resposta a estas situações”.

A Altice também foi mencionada por Jerónimo de Sousa, que acusou a empresa que comprou a PT de realizar uma “operação repressiva de chantagem e assédio aos trabalhadores”, ao transferi-los para empresas prestadoras de serviços.

“O Governo pode e deve opor-se aos desígnios destruidores da Altice. O Estado português detém os instrumentos necessários para travar a fraude em curso e reverter o processo de destruição da PT e de milhares de postos de trabalho”, considerou.

 

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