Google regista patente de carro que se desfaz em caso de acidente

O objectivo é reduzir a força do impacto em colisões impossíveis de evitar.

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O Google está a trabalhar na tecnologia de carros autónomos desde 2012 Reuters/Joe White

A divisão de carros autónomos do Google, a Waymo, registou uma patente de um carro que consegue alterar a sua estrutura automaticamente – perdendo as partes rígidas, como o pára-choques e o capot – em caso de uma colisão impossível de evitar.

O conceito está a ser chamado “carro mole” do Google, mas não envolve novos materiais ou fórmulas químicas na construção do veículo. A principal característica do método, publicado no início de Agosto, são molas, cabos e varas (que em circunstâncias normais estão firmes, mantendo a forma do carro), capazes de se alargar ou desprender em caso de colisão. O objectivo é reduzir a força do impacto nas colisões. Em última instância, a carroçaria do carro colapsa por inteiro.

“A força do impacto é o principal factor na quantidade de estragos causados pelos veículos. Por isso, é desejável criar um veículo capaz de reduzir a força do impacto experienciada na colisão,” lê-se na patente. O sistema vem ainda com tecnologia para detectar o tipo de colisão (por exemplo, uma árvore, poste de iluminação, peão, carro ou ciclista) de modo a medir o grau da resposta.

Não é a primeira vez que o Google apresenta uma proposta para proteger peões de colisões. O ano passado, a empresa registou uma patente que consistia num carro com um exterior aderente (ficando conhecido como o “modelo pegajoso”) que protegia os peões porque ficavam colados ao carro em caso de impacto, em vez de serem projectados para o asfalto.

As propostas do Google pretendem resolver alguns dos problemas éticos associados aos carros autónomos, como o comportamento do carro em acidentes impossíveis de evitar. Um estudo cientifico publicado no ano passado mostrava que a maioria dos inquiridos tendia a defender que os carros deviam poupar o maior número de vidas possível, mesmo que isso significasse a morte dos ocupantes do veículo.

Porém, a segurança (e a diminuição das falhas humanas) é um dos grandes atributos dos carros autónomos. Desde 2014, apenas foram registados 34 acidentes com carros autónomos na Califórnia, um dos estados americanos onde a circulação destes automóveis é legal. O Google está a testar esta tecnologia desde 2012 e apesar dos seus carros já terem estado envolvidos em vários acidentes, a maioria aconteceu com veículos com condutores humanos que pararam, inesperadamente, na frente de carros autónomos. Já um acidente com o piloto automático da Tesla, no ano passado, levou à morte do único ocupante do carro, embora uma investigação tenha concluído que a marca não seria responsabilizada, porque o homem deveria ter mantido as mãos no volante.

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