Mulher sofre queimaduras em 50% do corpo em Tomar

Pelas 9h deste domingo havia registo de 510 incêndios activos no país. No sábado, voltou-se a bater um recorde diário: 268 fogos em 24 horas.

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LUSA/PAULO CUNHA

Uma mulher de 40 anos sofreu queimaduras em cerca de 50%do corpo, na sequência do incêndio que deflagra no concelho de Tomar, informaram fontes da autarquia e da Protecção Civil.

De acordo com fonte do comando nacional da Protecção Civil, a vítima foi atingida pelas chamas na localidade de Vale do Vime, no concelho de Abrantes, distrito de Santarém. O vice-presidente da Câmara de Abrantes, Hugo Cristóvão, acrescentou que sofreu queimaduras em 50% do corpo e que foi inicialmente assistida no hospital local, tendo, devido à gravidade do seu estado, sido transferida para os Hospitais de Coimbra.

A Protecção Civil revelou ainda que outra pessoa sofreu queimaduras ligeiras na localidade de Outeiro do Forno, tendo sido igualmente assistida no hospital de Abrantes.

O fogo teve origem na localidade de Carvalhal, na União de Freguesias Serra e Junceira, às 15h58 de sábado. No concelho de Abrantes, igualmente no distrito de Santarém, cinco bombeiros também sofreram ontem queimaduras ligeiras, quando combatiam um incêndio que deflagrou em duas aldeias, na sequência de uma projecção de um fogo em Tomar que atravessou a albufeira de Castelo de Bode.

A A13 continua encerrada nos dois sentidos entre os quilómetros 147 e 156, entre Pias (Ferreira do Zêzere) e Alvaiázere, enquanto a A14, fechada devido ao fogo de Cantanhede, foi reaberta durante a madrugada, informou a GNR. Tudo devido a um fogo que tinha sido dado como dominado, mas que se reactivou sábado de manhã.

Dois dias, dois recordes

Um novo máximo de incêndios foi registado no sábado, com 268 ocorrências, que mobilizaram 6553 operacionais, sendo neste momento os fogos nos concelhos de Ferreira do Zêzere e de Tomar os mais preocupantes, informou a Protecção Civil.

No primeiro ponto da situação deste domingo feito pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, realizado pelas 9h00 deste domingo, em Lisboa, a adjunta nacional de operações Patrícia Gaspar revelou que os 268 incêndios foram combatidos com o apoio de 1762 viaturas, tendo sido realizadas 103 missões com meios aéreos. Em curso, dominadas ou em vigilância existem actualmente 510 ocorrências, que mobilizam 3079 operacionais.

Patrícia Gaspar explicou que o final da tarde e início da noite de sábado foram especialmente “complicados e difíceis” para os bombeiros, nomeadamente na zona centro, tendo sido desencadeados um plano distrital de emergência (em Coimbra) e quatro planos municipais do mesmo género.

A propósito do Mecanismo Europeu de Protecção Civil, que foi accionado no sábado, Patrícia Gaspar disse estar a contar com dois módulos da unidade militar de emergência de Espanha, país que vai enviar ainda mais dois meios aéreos. Mantém-se em território nacional o avião proveniente de Marrocos, sendo provável que outras duas aeronaves venham juntar-se-lhe no âmbito do mecanismo europeu.

Segundo a adjunta, continuam a ajudar no combate às chamas 500 meios militares. Sobres as ocorrências em curso, a Protecção Civil destaca as mais complexas – além das já mencionadas, as que se situam em Aveiro, Alvaiázere, Torres de Moncorvo e Castelo Branco.

“A culpa não é do tempo. A meteorologia não provoca incêndios florestais, dificulta o seu combate”, declarou, quando questionada sobre a razão de tanta quantidade de ignições. E recordou que mais de 90% dos incêndios florestais têm intervenção humana. Sejam negligentes ou intencionais, estes fogos constituem sempre crimes. 

Entretanto, a GNR constituiu arguidos três indivíduos por supeitas de uma queima de sobrantes que terá provocado um incêndio florestal no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Terras de Bouro. O fogo teve início pelas 16h30 de sexta-feira e consumiu cerca de cinco mil metros quadrados de mato, só tendo sido extinto às 23h00. No seu combate estiveram envolvidos dois meios aéreos.

Os arguidos têm entre os 24 e 56 anos e prestaram termo de identidade e residência, pela prática do crime de incêndio florestal de forma negligente, tendo os factos sido participados ao tribunal de Vila Verde.  

 

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