Autarca de Abrantes suspeita que fogos tiveram origem criminosa

Incêndios tiveram início na quarta-feira e só neste sábado entraram em fase de resolução.

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Incêndio em Abrantes obrigou ao corte da A23 LUSA/MIGUEL A. LOPES

A presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse neste sábado que tudo indica que os incêndios no concelho, em fase de resolução desde a manhã, tenham origem criminosa e aguarda agora os resultados das investigações em curso.

"Temos a clara noção de que há aqui uma clara tentativa de provocar mais danos. O que aconteceu ontem [sexta-feira] às portas da cidade claramente não foi um reacendimento ou uma projecção, foi um novo incêndio e temos receio de que outras situações possam acontecer e comprometer o trabalho que foi feito durante estes dois dias e meio aqui no concelho de Abrantes", disse à Lusa Maria do Céu Albuquerque.

A autarca afirma que as suspeitas não se circunscrevem apenas ao incêndio que começou junto aos limites da cidade, mas também "ao grande incêndio", que consumiu uma vasta área de floresta e colocou aldeias e pessoas em perigo.

"Neste momento estão no terreno as entidades competentes para fazer essa avaliação e esperamos que seja conclusiva e que em breve possamos encontrar os responsáveis por esta calamidade que assolou o meu concelho", acrescentou a presidente da câmara de Abrantes, adiantando também que será feito um patrulhamento no concelho durante os próximos dias.

O fogo, que deflagrou na quarta-feira, entrou na manhã deste sábado em fase de resolução, mas todo o dispositivo permanece no terreno, em trabalho de consolidação e rescaldo, sobretudo "nos pontos quentes que ainda se fazem sentir e que são determinantes para consolidar este incêndio e evitar reacendimentos ou novos focos de incêndio", explicou a autarca.

As previsões meteorológicas não prevêem vento para o dia de hoje, que tem sido um dos grandes obstáculos ao combate ao fogo na região pelos bombeiros, nem temperaturas "excessivamente altas", acrescentou.

Ao princípio da tarde deste sábado, a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Patrícia Gaspar, indicou que só havia então dois incêndios activos, um em Cinfães, distrito de Viseu, outro na Póvoa do Lanhoso, distrito de Braga. Em contrapartida, nesta sexta-feira registaram-se 220 fogos, tendo sido o dia do ano com mais incêndios em Portugal, revelou Patrícia Gaspar.

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