Incêndios: combate às chamas evolui de forma favorável em Abrantes

O incêndio que deflagrou na passada quarta-feira tem ainda uma frente activa.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Uma frente de fogo continuava activa por volta das 12h desta sexta-feira em Abrantes, no incêndio que deflagrou em Aldeia do Mato, estando a evoluir favoravelmente e em direcção a uma área que já está queimada, segundo Maria do Céu Albuquerque, presidente do município.

O combate "está a evoluir favoravelmente, mantendo uma frente activa", disse Maria do Céu Albuquerque, realçando, no entanto, que "o vento está a empurrar as chamas para uma área já queimada". No distrito de Santarém, "não há situações de perigo" para pessoas ou habitações, acrescentou, tendo perspectivado que, "a manterem-se as actuais condições, o fogo pode entrar em resolução dentro de poucas horas".

Na manhã desta sexta-feira, a autarca tinha referido que a frente activa estava "na zona da Pucariça", freguesia de Rio de Moinhos, tendo afirmado que a situação estava "controlada, embora com alguns reacendimentos, e muito trabalho de rescaldo e consolidação".

No decurso deste incêndio, que deflagrou às 18h14 de quarta-feira, uma habitação ardeu totalmente na localidade de Aldeia do Mato, tendo a família, de cinco pessoas, sido realojada na casa paroquial local.

Seis aldeias (Medroa, Braçal, Amoreira, Pucariça, Aldeia do Mato e Carreira do Mato) foram evacuadas parcialmente, tendo cerca de 50 pessoas sido transferidas para locais mais seguros, entre elas, cerca de 25, para o Regimento de Apoio Militar de Emergência" (RAME), no Quartel Militar de Abrantes. O fogo chegou a estar "dentro da cidade", mas já "não existe qualquer perigo", reforçou a autarca.

Há a registar, segundo Maria do Céu Albuquerque, 16 feridos ligeiros, devido a pequenas queimaduras e inalação de fumo. Até ao momento, o perímetro atingido "é de cerca de cinco mil hectares, não sendo a totalidade atingida pelo fogo".

O incêndio que lavra na zona de Abrantes, no distrito de Santarém, desde quarta-feira, levou ao corte da auto-estrada da Beira Interior (A23) em ambos os sentidos, mas a circulação foi restabelecida às 23h05.

Segundo a página da ANPC, às 12h15 desta sexta-feira, o incêndio continuava "activo, com uma frente em povoamento florestal". Estão cortadas ao trânsito diversas vias, como a Estrada Nacional (EN) 3, a EN 358, a Estrada Municipal (EM) 544, e a EM 1212-1.

Incêndio em Grândola dominado

O incêndio no concelho de Grândola (Setúbal), que deflagrou na quinta-feira à tarde, foi dominado esta sexta-feira pelos bombeiros, ao final da manhã, segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). De acordo com o site da ANPC, o fogo encontra-se "em resolução", já considerado dominado.

O combate às chamas, às 12h20, mobilizava 220 operacionais, apoiados por 69 viaturas e dois helicópteros.

O incêndio deflagrou às 15h07 de quinta-feira, nas freguesias de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, e queimou pelo menos três mil hectares, disse à Lusa o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes.

"O perímetro do que já ardeu ainda não está bem avaliado, mas terão sido cerca de três mil hectares", onde se inclui "muito eucaliptal e também área de montado", disse o autarca.

António Figueira Mendes explicou que "a maioria desta área ardeu no espaço de uma hora", na quinta-feira, devido ao "vento forte", que chegou aos "40 quilómetros por hora em determinado momento". O vento "mudava muito e foi o grande inimigo no combate a este incêndio", afiançou o autarca, indicando, já esta manhã, que a situação estava "sob controlo".

"Creio que, neste momento, temos aqui os meios necessários para ir controlado a situação. Estamos tranquilos, mas vigilantes", acrescentou o autarca.

As chamas, durante a noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira, obrigaram à evacuação de cerca de dez montes isolados, dos quais foram retiradas perto de 20 pessoas, explicaram à Lusa o autarca e fonte da GNR.

"Mas foi apenas por precaução e, passadas umas horas, ainda durante a madrugada, a maioria [das pessoas] regressou às suas casas", salientou o presidente da câmara.

O reconhecimento que as autoridades fizeram no terreno, já durante o dia de sexta-feira, disse António Figueira Mendes, permitiu constatar que "não há animais mortos, nem casas ardidas".

O combate às chamas, na quinta-feira, levou ao corte temporário do Itinerário Complementar (IC) 1, tendo depois a circulação sido restabelecida, e à interrupção da circulação de comboios na linha do Sul, que liga Lisboa ao Algarve, durante seis horas, ficando a situação normalizada às 22h30.

Fonte oficial da CP - Comboios de Portugal disse à Lusa terem sido afetados cerca de oito comboios, motivando transbordos rodoviários entre Canal Caveira e Ermidas do Sado, com os passageiros transportados em autocarros.

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