Incêndios: A23 reaberta nos dois sentidos em Abrantes

Quatro aldeias tiveram de ser evacuadas devido às chamas. O incêndio aproxima-se agora do parque urbano da cidade.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

A auto-estrada da Beira Interior (A23) foi cortada esta quinta-feira pelas 19h40 em ambos os sentidos na zona de Abrantes, no distrito de Santarém, devido ao incêndio que lavra desde quarta-feira naquele local. No entanto, o PÚBLICO confirmou junto da GNR de Abrantes que a circulação foi entretanto normalizada durante a noite, sem ter sido especificado a hora em que a via foi reaberta.

A A23 foi cortada pelas 19h40 por questões de segurança, na sequência do incêndio que deflagrou quarta-feira pelas 18h14 e está a ser combatido por 660 operacionais, apoiados por 207 veículos e 10 meios aéreos.

Quatro aldeias - Medroa, Braçal, Amoreira e Pucariça - tiveram de ser evacuadas, tendo os habitantes sido encaminhados para o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), no Quartel Militar de Abrantes.

As chamas consumiram, entretanto, uma casa de primeira habitação na Aldeia do Mato, tendo ficado desalojadas cinco pessoas, que se encontravam na praia fluvial local.

Além da A23, também a A1 (na zona da Mealhada) e a A14 (Coimbra-Figueira da Foz) foram cortadas devido ao incêndios na zona Centro.

Incêndio aproxima-se do parque urbano da cidade

A Presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse que o incêndio que lavra há cerca de 24 horas no concelho está próximo do perímetro urbano da cidade, o que causa "muita preocupação" com o aproximar da noite.

"O incêndio já está dentro da cidade e todos os meios estão a ser canalizados para esse local", declarou Maria do Céu Albuquerque, explicando que as chamas chegaram há pouco ao parque da zona industrial, o que também causa "grandes preocupações".

A presidente da autarquia disse que no terreno, a combater as três frentes de incêndio, estão cerca de 700 operacionais, mais de 200 viaturas terrestes, mais de 100 militares, 10 meios aéreos (que vão abandonar com o cair da noite) e 13 máquinas de rasto.

"A noite vai ser muito difícil porque os locais que carecem de intervenção são os mesmos, mas os meios aéreos vão deixar de actuar", frisou a autarca, adiantando que os meios terrestres vão estar a operar numa área com "uma dispersão muito grande", tendo como missão primordial proteger as habitações e as pessoas.

A autarca explicou que os fogos nas três fontes e incêndio estão a lavrar com grande dispersão, apesar de o vento ter amainado, o que causa dificuldade no comabte através de meios terrestres. Maria do Céu Albuquerque disse ainda que haverá uma atenção e mobilização redobrada nos pequenos aglomerados populacionais, onde vivem sobretudo idosos.

A presidente da Câmara Municipal de Abrantes adiantou que ainda durante esta quinta-feira vai para o terreno para verificar o ponto da situação fazendo uma nova declaração quando tiver mais informações.

Doze habitantes retirados das suas casas

Doze habitantes de aldeias afectadas pelo incêndio no concelho de Abrantes foram retiradas por precaução das suas casas, com o fogo, um dos quatro por dominar em Portugal continental, a mobilizar mais operacionais, informou a Protecção Civil.

A informação foi prestada aos jornalistas pela adjunta de operações nacional da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, na sede da entidade, em Carnaxide, em Oeiras, num novo balanço, ao fim da tarde, sobre os incêndios em curso.

Patrícia Gaspar precisou em declarações à Lusa, no final do balanço, que foram retiradas das suas casas, por precaução, pessoas mais vulneráveis, incluindo idosos, duas crianças e um doente acamado, que vivem nas aldeias de Pucariça, Braçal, Medroa, Vale de Chóis, Aldeia do Mato e Carreira do Mato.

As pessoas foram encaminhadas para o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME) em Abrantes e para o centro social de Souto, podendo regressar às suas habitações assim que estiverem reunidas novamente as condições de segurança, adiantou.

Durante a tarde, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, afirmou que foram retiradas 50 pessoas das aldeias evacuadas.

Segundo a ANPC, havia pelas 19h00 mais três incêndios por dominar, em Grândola (Setúbal), Mealhada (Aveiro) e Montemor-o-Velho (Coimbra). Desde a meia-noite de quinta-feira, a ANPC registou 169 fogos florestais.

Patrícia Gaspar alertou para o risco de incêndio nos próximos dias, devido à previsão do aumento da temperatura e de vento moderado a forte, mantendo-se o alerta laranja.

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