Ministra pede medidas "desde já", mas algumas ainda vão demorar

Ministra da Administração Interna lançou várias medidas para serem aplicadas, mas uma parte significativa vai demorar e não estará em acção durante esta época de incêndios

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Secretário de Estado vai liderar um grupo de trabalho por dois meses para definir políticas de utilização do SIRESP LUSA/MÁRIO CRUZ

Constança Urbano de Sousa lançou várias medidas para serem adoptadas por várias entidades "desde já", contudo, algumas são planos ou soluções que demorarão algum tempo a serem criadas e por isso não deverão estar prontas durante este mês mais crítico. 

Para já, garante o MAI, estão operacionais todas as quatro estações móveis da Autoridade Nacional Protecção Civil (ANPC) com comunicações por satélite e posicionadas no país, consoante o risco de incêndio. À ANPC foi ordenado um "estabelecimento urgente" de planos de comunicações, para limitar o número de conversações, e a colocação de um técnico de operações no posto de comando. Duas medidas que, a avaliar pelo despacho, estarão a ser cumpridas. Foi ainda ordenado um plano de articulação da ANPC com todos os agentes da protecção civil, a apresentar em 15 dias, sem que tenha data para entrar em vigor.

Há também várias ordens à secretaria-geral do MAI (SGMAI) como o início do processo de penalização da SIRESP SA; as acções de reparação de torres do SIRESP (não se sabe quando começará); o cumprimento do calendário de reuniões; a elaboração de um manual técnico de boas práticas (sem data definida para estar disponível); ou a criação de um "sistema de recolha e análise de reclamações" do SIRESP (sem que se saiba quando estará operacional).

Quanto à solução de redundância para quando falha o SIRESP, o trabalho começou a ser feito em Julho. "Estão em curso" trabalhos para uma solução "de redundância energética" e foi criado um grupo de trabalho "para tornar a rede mais resiliente", sem que o MAI diga quando têm de apresentar conclusões. A MAI ordenou ainda um outro grupo de trabalho que terá de apresentar soluções em dois meses sobre "políticas eficientes no uso de grupos de conversação" e um "plano de formação dos utilizadores da rede SIRESP".

Entretanto, a entidade gestora da SIRESP respondeu à ministra, numa curta declaração enviada ao DN em que recusa acusações de incumprimento contratual. "A SIRESP SA tem cumprido escrupulosamente o contrato SIRESP", escreveu, assumindo apenas estar "comprometida na prossecução do objectivo de desenvolvimento e upgrade da Rede."

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