Viagem à China a convite pode levar a exoneração no MNE

Adjunto do secretário de Estado das Comunidades tem de fazer prova de que viagem à China a convite da Huawei não excede regras do Código de Conduta.

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Foi o ministro Augusto Santos Silva que anunciou o código de conduta, há um ano LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Nuno Barreto, adjunto do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, será exonerado se o valor da estada na China, em Janeiro de 2017, a convite da empresa Huawei exceder o limite de 150 euros imposto pelo Código de Conduta aprovado pelo Governo há um ano, confirmou o PÚBLICO junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O nome de Nuno Barreto como o de um dos envolvidos no convite de viagem à China feito pela Huawei foi avançado esta quinta-feira pelo Observador, o jornal online que tem revelado a identidade dos vários ocupantes de cargos públicos ou políticos que foram à China a convite.

No caso de Nuno Barreto não estará em causa qualquer situação de conflito de interesses directa, sublinhou um responsável do MNE ao PÚBLICO, já que este ministério não tem negócios com a empresa Huawei. Mas se o valor das despesas com hotel e refeições referentes aos dias em que Nuno Barreto esteve na China exceder os 150 euros, a exoneração será automática.

A viagem de avião, essa, foi paga do seu bolso e aconteceu durante um período de férias, sem que tivesse havido informação prévia ao MNE sobre o destino ou as condições. Ao Observador, Nuno Barreto confirmou que o bilhete de avião foi por si pago e apenas beneficiou da estada no hotel e das refeições.

Segundo um responsável do MNE explicou ao PÚBLICO, Nuno Barreto terá agora de fazer prova do valor em que se orçou a sua estada na China para que seja apurado se essa quantia excede ou não o limite imposto pelo Código de Conduta. Se exceder, ou se Nuno Barreto não fizer prova das despesas, a sua exoneração do gabinete de José Luís Carneiro é automática.

Na mesma viagem a convite da Huawei terão participado, segundo o Observador, o vereador do PS na câmara de Odivelas, Paulo César, o vice-presidente do PSD/Lisboa, Rodrigo Gonçalves, o vice-presidente da bancada do PSD, Sérgio Azevedo, o presidente da junta de freguesia da Estrela, Luís Newton, o presidente do PSD/Oeiras, Ângelo Pereira, o vice-presidente do PSD/Oeiras, Nuno Custódio, o presidente da câmara municipal de Oeiras, Paulo Vistas, um ex-director do Instituto de Informática da Segurança Social, João Mota Lopes, e o presidente do Conselho de Administração da Informantem, Henrique Muacho.

 

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