Risco de incêndio vai manter-se elevado até domingo

Há mil bombeiros a combater fogos. Todos os distritos em alerta laranja, o segundo mais grave.

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Todos os distritos do continente foram colocados em alerta laranja Mario Lopes Pereira

Numa altura em que há cerca de mil bombeiros a combater fogos em diversos pontos do país, a Protecção Civil anunciou que o risco de incêndio vai manter-se elevado no território nacional até domingo. Todos os distritos estão em alerta laranja, o segundo mais grave numa escala de cores.

“O estado de alerta foi alterado e todos os distritos do continente se encontram neste momento em alerta laranja”, revelou a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil Patrícia Gaspar, durante o habitual briefing para fazer o ponto dos incêndios, explicando que se avizinham condições meteorológicas muito favoráveis à propagação das chamas.

Ao aumento da temperatura, que na região do Vale do Tejo e nalgumas zonas do Interior e do Sul poderá subir aos 39 graus, irá juntar-se uma corrente de leste que chegará a Portugal já esta quinta-feira à tarde e que, apesar de moderada, contribuirá para que o tempo se mantenha quente e seco, impedindo a recuperação nocturna da humidade relativa do ar. Para prevenir eventualidades, Patrícia Gaspar disse terem sido colocadas, no Norte e no Centro do país, equipas de reforço de combate aos incêndios. 

"Tudo isto vai ser ainda complementado com dez equipas de militares em vários pontos do país, nas zonas mais críticas, para reforço da vigilância e patrulhamento", informou ainda a adjunta nacional de operações da Protecção Civil.

Abrantes, Covilhã e a serra do Alvão, em Vila Real, eram alguns dos concelhos mais atingidos pelas chamas até ao final da manhã desta quinta-feira. Todos os distritos se manterão em alerta laranja até ao final desta sexta-feira. 

Na Covilhã, em Unhais da Serra, o vento forte e as características do terreno têm dificultado o combate dos bombeiros, que mobilizava, cerca das 11h30, 196 operacionais e sete meios aéreos, referiu o presidente da câmara da Covilhã. "O vento muito forte e a orografia essencialmente montanhosa do terreno têm sido os grandes aliados deste fogo, que não nos tem dado descanso", disse o autarca Vítor Pereira.
De acordo com a informação da Protecção Civil, o incêndio deflagrou na segunda-feira, na zona da Pedra Figueira, reativou-se na terça-feira e chegou novamente a estar dominado, mas na quarta-feira à noite voltou a reactivar-se. Segundo Patrícia Gaspar, o fogo "está numa zona com um declive muito acentuado, com muitas pedras, o que dificulta imenso o progresso dos meios no terreno".
A meio da manhã o incêndio mantinha "pelo menos uma frente activa disseminada por um perímetro muito vasto", acrescentou o presidente da câmara, que tem estado permanentemente no teatro de operações.
O autarca deste município do distrito de Castelo Branco adiantou ainda que o fogo já avança para a freguesia de Cortes do Meio, também no concelho da Covilhã, depois de durante a noite ter chegado "a estar praticamente dentro de Unhais da Serra".
"Foram momentos muito difíceis e tivemos casas ladeadas pelo fogo, mas felizmente foi possível protegê-las, bem como à população", descreveu, explicando que não foi necessário proceder à retirada de pessoas da aldeia, apesar de a situação ter chegado a ser pensada.
 

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