Desemprego cai abaixo dos 9% pela primeira vez desde 2009

Economia portuguesa criou mais 102 mil empregos durante o segundo trimestre do ano, um período em que, por causa do início do Verão, os resultados são normalmente mais positivos.

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Desemprego mantém tendência de descida Rita Franca

A taxa de desemprego em Portugal acentuou, durante o segundo trimestre deste ano, a tendência decrescente que vem registando desde 2013, situando-se abaixo dos 9% pela primeira vez em mais oito anos.

De acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego ciforu-se, no período entre Abril e Junho deste ano, nos 8,8%, uma redução bastante acentuada de 1,3 pontos percentuais face aos 10,1% do primeiro trimestre de 2017. Em comparação com o período homólogo do ano anterior, a  melhoria do indicador foi de dois pontos percentuais.

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Na série do desemprego publicada pelo INE, é necessário recuar até ao primeiro trimestre de 2009, isto é, antes da crise da dívida soberana ter deflagrado na zona euro, para encontrar uma taxa de desemprego trimestral inferior a 9%.

Nos dados mensais do desemprego, Portugal já tinha baixado a barreira dos 10%. Esse indicador, contudo, utiliza um universo e metodologias diferentes da taxa de desemprego trimestral, que continua a ser a principal referência quando, por exemplo, os Governos fazem previsões para o desemprego.

Para o total de 2017, o Governo previa, no Programa de Estabilidade apresentado em Abril uma taxa de desemprego de 9,9%, o mesmo valor estimado pela Comissão Europeia em Maio. O indicador agora publicado pode apontar para que, tal como acontece com o crescimento do PIB, a taxa de desemprego possa vir a superar a expectativa do Executivo.

Os dados do INE mostram que, no decorrer do segundo trimestre, houve um aumento da população activa, uma diminuição do desemprego e um crescimento forte do número de postos de trabalho ocupados. Em relação ao trimestre imediatamente anterior foram criados mais 102 mil empregos, fazendo com que, relativamente ao mesmo período do ano passado, o acréscimo ascendesse aos 158 mil.

Em simultâneo, no espaço de três meses, reduziu-se em 63 mil o número de desempregados, cifrando-se a variação homóloga em menos 98 mil desempregados.

O forte desempenho do mercado de trabalho em Portugal durante um segundo trimestre do ano não é uma novidade. Este é o período em que são criados mais empregos relacionados com a época do Verão, nomeadamente no sector do turismo e da restauração. E como os dados do desemprego trimestral do INE não retiram da análise os efeitos sazonais, os diversos indicadores do mercado de trabalho incluem esse efeito positivo.

É por isso que, nos segundos trimestres dos quatro anos anteriores, verificou-se sempre, tal como agora, uma redução do desemprego bastante acentuada. Em 2013 foi de 1,1 pontos percentuais, em 2012 de 1,2 pontos, em 2015 de 1,8 pontos e em 2016 de 1,6 pontos. A redução de 1,3 pontos agora conseguida revela assim que Portugal está a conseguir prolongar a tendência de melhoria das condições do mercado de trabalho que se regista, progressivamente, desde que, no início de 2013, se atingiu uma taxa de desemprego recorde de 17,5%.

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