Imortais turistas

Londres teve menos turistas quando o Reino Unido tinha as fronteiras fechadas? Terá menos depois do “Brexit”? Not really.

Pertencemos à União Europeia e à zona euro. Podemos, como portugueses, ir viver para os outros países da UE e usar a moeda única nos países que, tal como nós, escolheram juntar-se ao baile.

Em contrapartida os cidadãos desses outros países podem fazer o mesmo em Portugal. Não é só justo que assim seja: é elementar. Não é novidade.

Sendo assim, não vale a pena perder tempo a dizer que temos turistas a mais – ou a menos. Os turistas têm o mesmo direito de vir à nossa terra como nós temos de ir à terra deles. A escolha não é nossa: é deles. Nós não temos culpa de viver num país bonito e agradável, que seja bom de visitar. Culpa, não: temos sorte.

Os turistas podem fazer bem, fazer mal, estragar isto, beneficiar aquilo, tanto faz. Não se pode impedi-los de vir. Não é contestável. O que se pode defender é que Portugal saia da União Europeia e da zona euro.

Mesmo, numa louca fantasia, que Portugal saísse da UE e do euro, que diferença faria? Poderíamos fechar as fronteiras aos países amigos? Claro que não. Há portugueses espalhados por todo o mundo, já havia milhões antes da UE. Não somos exemplo para ninguém no que toca a não pôr o pé fora de casa. 

Londres teve menos turistas quando o Reino Unido tinha as fronteiras fechadas? Terá menos depois do “Brexit”? Os hotéis em Londres eram baratos? Sê-lo-ão depois do “Brexit”? Not really.

Os turistas hão-de vir para cá enquanto lhes apetecer. Ainda bem? Ainda mal? O que é que interessa se nada podemos – ou devemos – fazer sobre isso?

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